É do "cavaquistão" que surge o aviso de fim de linha para a direção de Rui Rio. Almeida Henriques, autarca de Viseu, onde o presidente do PSD até teve o maior comício da campanha, avisa que "não houve nenhum líder do PSD com um resultado abaixo de 30% nas legislativas que não tivesse colocado o lugar à disposição".
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Almeida Henriques defendeu, esta segunda-feira, que "era possível ao PSD ganhar estas eleições legislativas". "Mas aconteceu precisamente o contrário. E porquê? Porque a estratégia esteve errada. O dr. Rui Rio esteve muito tempo a olhar para dentro do partido e a ver fantasmas onde não existiam, em vez de uma oposição eficaz ao PS", apontou o social-democrata, que lidera os destinos da cidade de Viseu, reconhecida como a capital do "cavaquistão".
Para o autarca e ex-secretário de Estado da Economia, em declarações ao JN, "o PSD tem de se reconciliar de forma urgente e não ter medo de assumir as suas expressões identitárias dirigidas a um um centro-direita, humanista e reformista".
"Não houve nenhum líder do PSD com um resultado abaixo de 30% nas legislativas que não tivesse colocado o seu lugar à disposição", lamentou, admitindo o "receio de que não haja um projeto que seja mobilizador nos tempos que se avizinham".
"Quando saímos de um mau resultado é preciso analisar o que correu mal e perspetivar mudanças no futuro, para não se cometerem os mesmos erros. Esse processo faz-se com abertura e não com uma 'caça às bruxas', como a que foi levada a cabo no PSD", disse.
Almeida Henriques defende que "deve-se rapidamente mudar a página deste episódio e não a arrastar". "É preciso uma direção que possa batalhar por vitórias e não alguém que não só não consegue ganhar, como ainda a encanar a perna à rã", aponta.