Disciplinas de três anos podem vir a valer mais do que as anuais. Mudanças serão graduais.
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No âmbito da revisão do modelo de acesso ao Ensino Superior, o Ministério da Educação está a analisar uma eventual alteração à fórmula de cálculo da média do Secundário. Segundo explica ao JN o secretário de Estado do Ensino Superior, a ideia - que o setor, tutela e parceiros, garante, subscrevem - é que as disciplinas trienais contem mais do que as anuais. O novo modelo, refira-se, entrará em vigor a partir de 2024, seguindo uma lógica gradual.
"A ideia é que a média do Ensino Secundário seja tratada de forma diferenciada conforme a duração da disciplina". Ou seja, explica Pedro Teixeira, "se o estudante trabalhar três anos numa disciplina, essa deve valer mais do que se trabalhar um ano". Naquilo que considera ser "mais rigoroso e ajustado". Porque, entende o governante, "diminuiria o peso da disciplina que não tem exame e aumentava o peso onde há algum mecanismo de controlo [exames nacionais]".
Atualmente, explica o secretário de Estado do Ensino Superior, "dá-se o mesmo peso às disciplinas anuais, bienais e trienais". Sendo que o "exame incide nas bienais e trienais", com as "anuais a pesarem tanto quanto as trienais". As alterações, afirma Pedro Teixeira, "estão a ser ponderadas pelo Ministério da Educação e terão o apoio do Ensino Superior". Tanto mais que segue a lógica de créditos (ECTS) do Superior, em que uma cadeira anual conta mais do que uma semestral.
Acabar o 12.º sem exames
As novas regras de acesso ao Ensino Superior serão publicamente conhecidas na segunda quinzena deste mês e entrarão em vigor a partir de 2024, num processo gradual, conforme já explicado pelo governante. E cima da mesa - a proposta não está fechada -, a realização de, pelo menos, três exames nacionais obrigatórios, um dos quais Português, para efeitos de acesso ao Superior. Para conclusão do Secundário, os alunos são dispensados dos exames, como aconteceu nestes últimos três anos. A proposta da tutela admite ainda um aumento do peso dos exames nacionais na fórmula de cálculo para acesso ao Superior, para um mínimo de 50%.
Se o Conselho de Reitores das Universidades concorda com aquela medida, já o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos discorda, temendo uma diminuição do número de candidatos.