Confap entende que aumentar o peso dos exames nacionais para ingresso vai "trazer mais desigualdade".
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Para a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), a proposta de revisão do modelo de acesso ao Ensino Superior, que admite um aumento do peso dos exames nacionais para ingresso, vai gerar mais "desigualdade". Defendendo que sejam as universidades e os politécnicos a recrutarem os seus alunos, tirando peso ao Ensino Secundário.
Ao JN, a presidente Mariana Carvalho afirma que "está tudo sobre o Ensino Secundário e sobre os alunos, quando às universidades e politécnicos cabe só analisar uma nota". Razão pela qual a Confap entende que "deverá ser o Ensino Superior a recrutar os alunos que gostaria de ter". Porque "esta situação de os alunos só terem exames para a universidade prejudica ainda mais as aprendizagens do Ensino Secundário". Acresce, prossegue a dirigente associativa, que a desigualdade agravar-se-á, "quando estamos a colocar numa mesma turma alunos com e sem exame" e as famílias com disponibilidade financeira vão apoiar "os seus filhos".
Quanto à proposta em cima da mesa de os exames nacionais valerem, no mínimo, 50% da nota de ingresso, Mariana Carvalho acredita que "irá trazer mais incongruência e desigualdade do que tínhamos até aqui". Para a presidente da Confap, "o foco devia ser a preparação para a saída do ensino obrigatório, para a vida adulta". Ensino esse que, defende, "devia ser certificante e finalizante, sem o peso dos exames".
O conselho executivo da Confederação Nacional das Associações de Pais reuniu-se, neste sábado, para analisar o tema. Concretamente, para "solicitar a proposta" à tutela. Segundo Mariana Carvalho, a Confap foi ouvida, mas as linhas gerais da revisão do modelo de acesso conheceu-as pela imprensa. As novas regras serão conhecidas ainda neste mês.