A política portuguesa está de luto, depois de conhecida a morte do presidente honorário do Partido Socialista, Almeida Santos. Conheça as reações à morte do histórico político português.
Corpo do artigo
Pelas "altas funções" que desempenhou, pelos trabalhos jurídicos que realizou, pelas posições que assumiu, foi "um dos grandes obreiros do nosso sistema democrático", disse Cavaco Silva numa curta declaração.
"Almeida Santos desempenhou as mais altas funções no Estado e foi presidente do PS e era agora o nosso presidente honorário. E não era honorário por uma coincidência protocolar qualquer: quisemos que ele soubesse que era o nosso presidente para sempre", escreveu Carlos César na sua página na rede social Facebook. O presidente do PS diz dever a Almeida Santos "uma amizade quase paternal".
"Estou profundamente chocado com a morte de um grande, grande amigo, que deu tudo de si ao país e ao Partido Socialista e era uma referência gigantesca para todos os que se reveem numa sociedade mais humana e mais solidária", afirmou, em declarações à Lusa, Jorge Coelho, depois de ter tido conhecimento do falecimento de Almeida Santos.
"Devem-se a António de Almeida Santos algumas das traves mestras que constituíram a primeira legislação democrática. Assinalo a sua participação muito importante no processo de descolonização, mas, muito antes disso, foi também um combatente pela liberdade, um grande advogado e um jurista insigne", sustentou Augusto Santos Silva.
"Mário Soares está profundamente triste com a morte do seu amigo Almeida Santos", adianta uma curta mensagem enviada à agência Lusa por fonte próxima do antigo chefe de Estado e fundador do Partido Socialista.
O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa classificou Almeida Santos como uma "personalidade invulgar" e "um homem muito inteligente", destacando o papel desempenhado pelo ex-dirigente do PS na consolidação da democracia.
"Este acontecimento tristíssimo exige-nos a homenagem a um homem que cruzou o seu destino com a resistência à ditadura, a descolonização, a fundação da democracia de que foi o mais eminente legislador", afirmou Maria de Belém Roseira, numa declaração sem direito a perguntas na sede de candidatura, em Lisboa. Visivelmente emocionada, Maria de Belém referiu-se a Almeida Santos como "um homem de grande dimensão cultural, afetiva e humanista". "Se morreu de coração, morreu do que tinha de melhor", disse.
"Acabei de tomar conhecimento do falecimento, esta noite, de António Almeida Santos, personalidade marcante do Portugal contemporâneo, fundador da nossa Democracia, combatente pela liberdade e por todos acarinhado como Presidente da Assembleia da República exemplar na sua forma de construir consensos e prestigiar o debate democrático", escreveu Sampaio da Nóvoa no Facebook.
O candidato presidencial Cândido Ferreira sublinhou que "morreu um bom amigo com quem trocava frequentemente livros e ideias". "A sua morte empobrece a democracia e ensombra a campanha", escreveu.
"Manifestar o pesar pelo falecimento de Almeida Santos, uma pessoa que tem uma longa história de intervenção política e no PS, em particular, onde desempenhou dos mais elevados cargos e que, nos órgãos de soberania, também assumiu responsabilidades de representação institucional das mais elevadas", disse Edgar Silva.
"No momento da morte de um fundador e dirigente histórico do Partido Socialista, venho em meu nome pessoal e da minha candidatura apresentar-lhe as minhas condolências, na sua condição de presidente do Partido Socialista, pela perda de uma figura de referência para Vossas Excelências", referiu Paulo de Morais em comunicado.
Em comunicado, Henrique Neto sublinhou que Almeida Santos deixou "a sua influência decisiva em muita da legislação produzida em Portugal desde o 25 de Abril, muita dela ainda hoje em vigor".
O dirigente histórico comunista Domingos Abrantes lamentou a morte do presidente honorário do PS, Almeida Santos, classificando-o como "um resistente antifascista" que deu um contributo para a institucionalização da democracia em Portugal.
O antigo ministro da Justiça Alberto Martins manifestou "uma tristeza imensa" pela morte do presidente honorário do Partido Socialista (PS), António Almeida Santos, lembrando-o como uma grande figura da democracia do país.
A deputada europeia Ana Gomes lembrou a amizade pessoal e a importância de Almeida Santos para o país, uma "figura incontornável da construção democrática e da descolonização", que marcou várias gerações.
"O país perde um grande português, um jurista emérito, um político que esteve na fundação do nosso regime democrático e um governante de exceção e eu perco um amigo", disse Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, eleito pelo PS.
"Com a morte de António Almeida Santos, Portugal perde um grande cidadão, perde um grande político e um grande socialista", afirmou Carlos Zorrinho, numa declaração à Lusa desde Estrasburgo, à margem da sessão plenária da assembleia europeia.
Mota Amaral, que sucedeu na presidência do parlamento a Almeida Santos, recordou o percurso do presidente honorário do PS, começando por dizer que foi "combatente de primeira linha contra o regime autoritário e a sua lastimosa política colonial" e distinguiu-se "na defesa dos nacionalistas moçambicanos perante a repressão".
O presidente da Associação Nacional de Freguesias, Pedro Cegonho (PS), lamentou a morte de António Almeida Santos, manifestando "profunda consternação, pelo valor incontornável" do presidente honorário do PS para Portugal.
"Queria manifestar publicamente, em meu nome pessoal e, naturalmente, do meu partido, as mais sentidas condolências pela perda de uma figura incontornável quer pelo seu percurso antifascista, quer pelas suas altas responsabilidades no plano institucional, designadamente como presidente da Assembleia da República", disse Jerónimo de Sousa.
"O Dr. Almeida Santos será recordado como um Presidente da Assembleia da República que foi respeitado pelos seus pares. E independentemente das diferenças políticas claras, sempre lidou com grande cordialidade e respeito todos os Grupos Parlamentares", refere o CDS-PP, numa nota à imprensa.
O PS manifestou "profunda consternação e choque" com a morte do seu presidente honorário, António de Almeida Santos, salientando que foi um "príncipe da democracia" e um "combatente desde sempre pelos valores da democracia". "Portugal perdeu um príncipe da sua democracia e os socialistas sofreram uma perda irreparável", assinala o PS numa nota enviada à agência Lusa.
O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, associou-se ao momento de pesar constituído pela morte de António Almeida Santos, lembrando "o homem, o político e o lutador pela liberdade".
O PCP qualificou a morte de Almeida Santos como uma "perda enorme para a democracia", lembrando o seu percurso de antifascista, o papel no processo de descolonização e a "atividade muito marcante na construção do Estado de direito".
"É de facto uma das figuras mais marcantes deste percurso de 40 anos de implementação e evolução da nossa democracia", afirmou Luís Montenegro, que, numa declaração no Parlamento exprimiu ao PS e à família, em particular à filha, a deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos, o pesar do grupo parlamentar do PSD.
O antigo ministro António Arnaut lamentou a morte do seu amigo e presidente honorário do PS, António Almeida Santos, que considerou "um republicano e um socialista exemplar".
O antigo dirigente socialista Alberto Arons de Carvalho afirmou que António Almeida Santos foi uma personalidade "muito marcante" na história do PS e na governação do país, representando a sua morte uma "grande perda" para Portugal.
O ex-ministro socialista João Cravinho recordou Almeida Santos como um "grande consultor da democracia no pós 25 de Abril", mas também "um homem extremamente afável e de uma inteligência superior".
O antigo primeiro-ministro José Sócrates disse que a morte de Almeida Santos provocou um "grande vazio e uma grande tristeza" e destacou o seu papel no pós 25 de abril, considerando-o o "legislador da liberdade".
O histórico socialista António Almeida Santos foi um "grande democrata" e um dos "pais fundadores da nossa democracia", considerou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral.
"Morreu António de Almeida Santos, uma das grandes figuras das últimas décadas no nosso país. Advogado de prestígio e com uma longa carreira política em que se notabilizou pela capacidade de obter consensos, Almeida Santos era também um amigo do F. C. Porto, como manifestou em diversas ocasiões", refere o clube no seu sítio oficial na internet.
Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, considerou que Almeida Santos "deixa a sua marca não apenas no conteúdo, mas também na forma", assinalando que "era um cultor da língua, da sensibilidade, da delicadeza que, não significando menor firmeza na defesa das suas convicções, elevava o debate político a uma qualidade e a um nível que não é muito comum".
"Almeida Santos é um grande amigo e uma grande referência para Cabo Verde, uma grande referência para o nosso permanente combate pelas liberdades, pela democracia e pelo desenvolvimento. A morte de Almeida Santos constitui para nós também uma grande perda", disse José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde.
O ex-líder parlamentar do PS Francisco Assis lamentou a morte de Almeida Santos, que recordou como "o mais brilhante parlamentar" da democracia portuguesa e "um homem generoso".
O ex-presidente do Governo da Madeira Alberto João Jardim considerou Almeida Santos "um político da maior categoria intelectual e cívica", sublinhando que com a sua morte perdeu "um amigo".
"O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e todo o seu executivo lamentam a morte do doutor Almeida Santos, presidente honorário do PS e antigo presidente da Assembleia da República, figura grande da História de Portugal democrático", refere um comunicado da Presidência do Governo Regional.
O ministro da Cultura português, João Soares, disse sentir "uma profunda tristeza" e considerou que foi o jurista que mais contribuiu "para a arquitetura do regime democrático" português.
"Este desaparecimento foi um choque", sublinhou Pedro Passos Coelho, à entrada para a Basílica da Estrela, em Lisboa, onde o corpo do ex-presidente da Assembleia da República e ex-dirigente do PS está em câmara ardente. O líder social-democrata classificou Almeida Santos como "um homem de grande humanismo", com "uma visão aberta do mundo", que "deixou muitas lições para serem aproveitadas pelas gerações mais novas".
O presidente Manuel Pinto da Costa e o primeiro-ministro Patrice Trovoada, de São Tomé e Príncipe, lamentaram o falecimento de Almeida Santos, "um anticolonialista convicto que viu o seu destino ligado a resistência à ditadura, descolonização e edificação do Estado Democrático de Direito".
Manuel Alegre recordou o ex-presidente honorário do PS como "um homem de diálogo e unidade", que foi "o principal legislador" no pós-25 de Abril e que "podia ter sido Presidente (da República), mas nunca quis".
"Sempre foi um amigo para ajudar, sempre foi uma pessoa extraordinária. Ajudava toda a gente, os amigos e até alguns antigos inimigos, gente que o tinha perseguido em Moçambique e que ele, mais tarde, veio a ajudar aqui, quando foi ministro", lembrou António Guterres.
O antigo presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso lamentou a morte do seu amigo António Almeida Santos. "Além de haver sido notável homem público, cuja ação em seu partido e na administração pública é por todos louvada, notadamente na descolonização de Moçambique, foi meu amigo pessoal e era meu colega no Conselho Curador da Fundação Champalimaud".