O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, assegurou esta quinta-feira que a proposta do Governo para o suplemento de missão representará, no máximo, um aumento de 75 euros mensais para os militares da GNR, que, "em alguns casos" poderão até ficar a ganhar menos do que atualmente.
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Em causa, explicou, está o facto de o suplemento de missão proposto pela tutela, calculado exclusivamente a partir da remuneração base do comandante-geral da GNR, substituir o atual subsídio de risco pago aos profissionais desta força de segurança, composto por 100 euros fixos e 20% da remuneração base de cada profissional.
Segundo contas feitas pela Lusa, os valores propostos são de 365 euros para guardas, de 469 euros para sargentos e de 626 para oficiais. Trata-se, respetivamente, de 7%, 9% e 12% dos 5.216,23 euros da remuneração base mensal bruta auferida pelo comandante geral da GNR.
Na Polícia Judiciária, o suplemento de missão, que incorpora a componente de risco, é de 1026 euros mensais - 15% da remuneração base do diretor nacional da Polícia Judiciária , superior à do seu homólogo da Guarda. O valor, que representou um aumento de mais de 500 euros para os inspetores daquele órgão de polícia criminal, corresponde ao que tem sido exigido por grande parte das estruturas sindicais da Guarda, incluindo a APG/GNR.
As associações irão agora apresentar uma contraproposta. "Para primeira proposta, mesmo assim, é muito mau. [...] Fiquei abananado", considerou César Nogueira, à saida da reunião de cerca de três horas entre a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e outros membros do Governo e as associações representativas dos militares da GNR.
O próximo encontro com a tutela está agendada para 15 de maio deste ano, já depois do Rally de Portugal, cujo boicote tem sido equacionado nas redes sociais por movimentos alheios às estruturas sindicais. "A responsabilidade será sempre do Governo", afirmou o líder da APG/GNR, admitindo que, face à proposta apresentada e caso esta não evolua, "será muito difícil" as estrutura sindicais conseguirem "segurar a indignação dos profissionais".