Presidentes de Câmara querem ir mais além e reclamam poderes para aplicar medidas restritivas na sua região.
Corpo do artigo
Os presidentes de Câmara concordam, em geral, com as medidas que entram em vigor amanhã. A principal ressalva era a proibição de feiras, mas o Governo já recuou. Os autarcas reclamam ainda mais restrições e poderes para aplicar as medidas, de preferência numa escala supramunicipal. Os 18 autarcas do Porto reúnem-se hoje para uniformizar no distrito medidas como horários.
"Não faz qualquer sentido fazer este combate a uma escala municipal e depois os presidentes de Câmara não terem qualquer competência", vinca o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, referindo que concorda com todas as medidas. "São medidas equilibradas para a situação", reforça o autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa.
Ainda assim, pede-se mais. "Temos que ir mais longe", diz o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, sugerindo o recurso ao setor privado na saúde. Já o autarca de Braga, Ricardo Rio, propõe que se retome a educação digital a partir do 3.º ciclo.
regular competências
"Uma questão que levanto tem a ver com a abrangência territorial. Esta dinâmica (concelhia) não é vantajosa", concorda Ricardo Rio. "A coordenação de competências com as câmaras merece uma lei normativa. A resposta à pandemia em transmissão comunitária exige cooperação das competências instaladas na comunidade", concorda o autarca de Guimarães.
Domingos Bragança, sugere que os jogos de futebol sejam transmitidos em canal aberto. Já, em Valença, Manuel Lopes quer um recolhimento obrigatório entre as 23 e as 6 horas. Algo que também já foi reclamado no Porto. Marco Martins, autarca de Gondomar e presidente da Proteção Civil Distrital, acredita que o dever de recolhimento poderá ter o mesmo efeito.
"Isto só se resolve quando o comportamento individual se alterar", afirma Marco Martins. Em Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, também presidente da Área Metropolitana do Porto, concorda. Hoje, os dois estarão reunidos com os restantes 16 autarcas do Porto, para "uniformizar as medidas".
A reunião será em Gondomar, mas a maior parte dos autarcas participa por meios eletrónicos.