
Pedro Pimpão foi eleito com 86,7% dos votos
Rui Manuel Fonseca
A nova voz dos autarcas é Pedro Pimpão e o caderno de encargos que leva ao Governo da AD - da mesma cor política do novo líder - é pesado, depois de quatro anos de grande instabilidade política, muitas propostas da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e poucas respostas dos executivos. Ontem, no primeiro dia do XXVII Congresso da ANMP, o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, deixou uma mão cheia promessas, mas sem dizer como e quando o fará: avança com a nova Lei das Finanças Locais e serão revistas a lei eleitoral, para dar "estabilidade governativa" às autarquias, e o estatuto dos eleitos locais. Pedro Pimpão assume que a melhoria das remuneração dos autarcas é justa e necessária e deve ser transversal a todos os trabalhadores da Administração Local.
Luísa Salgueiro, que deixou ontem a liderança da ANMP, fez um discurso muito crítico à falta de resposta dos governos às "justas reclamações" dos autarcas e o social-democrata Carlos Moedas defendeu que seja dada prioridade a uma descentralização de competências, que não continue a fazer dos eleitos locais "empregados" e transfira real poder de decisão. A alteração da lei eleitoral autárquica também integra a lista de prioridades do presidente da Câmara de Lisboa e Pedro Pimpão, eleito com 86,7% dos votos, concorda. Mas, para mudá-la, é necessário o acordo de dois terços da Assembleia da República.


