A campanha de recolha de alimentos do mês de novembro arranca este sábado com 40 mil voluntários.
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Os pedidos de ajuda não param de cair nos serviços do Banco Alimentar Contra a Fome, que tem recebido mais solicitações de instituições - são 2600 a ser apoiadas no total - para auxiliar as famílias carenciadas em Portugal. Neste momento, há cerca de 400 mil pessoas a "ser ajudadas". Este sábado e domingo decorre mais uma campanha de recolha de alimentos em vários super e hipermercados do país. Isabel Jonet espera "uma solidariedade grande e firme" para enfrentar os próximos meses.
As instituições, através do Banco Alimentar, "entregam cabazes de alimentos ou servem refeições confecionadas, num total da ordem das 100 toneladas por dia", adianta Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome. Em 2021, na campanha de novembro, foram recolhidas 1668 toneladas de alimentos. Já na do verão deste ano, a recolha totalizou as 1701 toneladas.
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A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome diz que a campanha que começa este sábado não terá diferenças significativas relativamente às anteriores. "Temos conseguido manter a distribuição graças aos apoios conseguidos no âmbito da Rede de Emergência Alimentar [criada em 19 de março de 2020 em sequência da pandemia]", refere Isabel Jonet. Os 21 bancos alimentares de Portugal vão estar presentes em superfícies comerciais do continente e das ilhas, com cerca de 40 mil voluntários.
Dois tipos de pobreza
Também Bárbara Barros, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, corrobora o aumento de pedidos de apoio nos últimos meses. "Recebemos telefonemas todos os dias". A responsável adianta que a instituição apoia 58 mil pessoas em todo o distrito.
Este ano, Bárbara Barros adianta que houve mais supermercados no distrito do Porto a mostrar-se disponíveis para acolher a recolha de alimentos. Serão 327 lojas com 3500 voluntários.
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Isabel Jonet reconhece que "serão meses difíceis os próximos". "A inflação não vai diminuir para já, com incidência no acréscimo dos bens alimentares básicos e da energia, e o impacto dos aumentos das taxas de juro terá impactos grandes nos orçamentos das famílias", justifica ao JN.
Isabel Jonet aponta que a "pobreza conjuntural que virá" poderá "causar uma pressão na pobreza estrutural, que não abranda". "É preciso uma solidariedade grande e firme para ajudar as pessoas mais atingidas". O tema da campanha é "Esperança". Além da recolha nos supermercados, será possível contribuir até 4 de dezembro no site do Banco Alimentar e com vales nas lojas.