Foi há dezassete anos que o voluntariado entrou na vida de Pedro Ferreira. A vontade de ajudar os outros já existia, mas a vida profissional nem sempre lhe dava oportunidade para conciliar com outras coisas. A morte da mãe foi o gatilho para começar. O primeiro voluntariado que fez foi a prestar apoio a crianças com cancro e desde aí já passou por várias áreas. Este fim de semana será um dos cerca de 40 mil voluntários que vão participar na campanha Banco Alimentar contra a Fome.
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Há dois anos, quando deixou de trabalhar, encontrou o Banco Alimentar e é a este que dedica todos os seus dias desde então. "Apoio o Banco alimentar em muitas áreas", desde a gestão, à informática, ao apoio no trabalho de escritório e naquilo que é a base de tudo: fazer os cabazes para as instituições. "Eu trabalho para o Banco Alimentar todos os dias, incluindo fim de semana. Trabalho remotamente e venho ao armazém uma vez por semana", sublinha.
"Enquanto tiver força física e emocional vejo-me a fazer voluntariado", afirma Pedro Ferreira. Acrescenta que teve a sorte de ter uma vida desafogada economicamente que lhe permite não trabalhar e desta forma ajudar os outros a tempo inteiro. "Sinto uma obrigação moral de contribuir para a sociedade, ajudando o maior número de pessoas a ter um nível de vida maior do que aquilo que têm", ressalta.
Diz que a recompensa dos dias a ajudar os outros é que "recebemos mais do que aquilo que damos. Pode parecer clichê mas é verdade". Após anos de voluntariado, Pedro Ferreira reconhece que desafiar os próprios preconceitos é "excelente para manter uma mente aberta e para aceitar a diferença".
Mais gente a querer ajudar
Depois de fazer voluntariado na Associação Acreditar, ajudando crianças com cancro, criou uma rede de apoio aos sem-abrigo, na cidade do Porto, fez ainda voluntariado empresarial, durante um mês no estrangeiro, e atualmente, a par do Banco Alimentar, ajuda numa linha de apoio à prevenção do suicídio, o Telefone da Amizade. Anos depois, Pedro Ferreira quer continuar a ajudar: "gostava de voltar ao estrangeiro e fazer voluntariado dentro da área alimentar".
"Há muito mais gente a ligar-se ao voluntariado, há 20 anos não se ouvia falar e agora ouve-se muito e ainda bem", sublinha Pedro Ferreira. Numa altura em que o Natal se aproxima, reconhece que é notório o maior número de ajudas.