Projeto, numa parceria entre Hospital de S. João e Centro Materno Infantil do Norte, arranca em novembro na ala pediátrica "Joãozinho" e abrange para já a região.
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O Porto vai ter o segundo banco de leite materno do país. O projeto, que está a ser criado numa parceria entre o Hospital de S. João e o Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), vai funcionar na nova ala pediátrica "Joãozinho" a partir de novembro. No primeiro ano vai abranger apenas os hospitais do Grande Porto, com maternidade e neonatologia, estimando-se que venha a fornecer leite a cerca de 60 a 100 bebés. Depois, será alargado a todo o Norte.
O banco de leite materno do Norte está a ser preparado precisamente com o apoio da primeira unidade criada no país, em 2009, que funciona na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. Uma unidade que, em 12 anos de existência, já forneceu leite para 1700 bebés. Conta já com o aval da Autoridade Regional de Saúde (ARS) do Norte.
"Não faz sentido que num país como o nosso exista apenas uma estrutura desta natureza", considera a diretora clínica do Centro Hospitalar Universitário de São João, Maria João Batista.
Para todo o Norte
O banco de leite materno do Norte vai funcionar na nova ala pediátrica do Hospital de S. João, que deverá abrir portas em novembro. Segundo Maria João Batista, já foi alocado um espaço físico para o efeito no "Joãozinho".
"Tem que ser um projeto para todos os bebés do Norte", defende a diretora clínica do Centro Hospitalar Universitário de São João. Mas, numa primeira fase, vai abranger apenas os recém-nascidos da zona do Grande Porto que não possam ser alimentados pelas suas mães, em particular os prematuros ou os bebés com patologias cardíacas.
A ideia é que, apesar de ser criado pelo Hospital de S. João e pelo CMIN, possa abranger também os hospitais do Grande Porto, como o Pedro Hispano (Matosinhos) e o Centro Hospitalar Gaia-Espinho, que têm maternidade e neonatologia. "Todos os hospitais da Área Metropolitana do Porto são bem-vindos", assegura Maria João Batista.
Com seis a dez dadoras
A unidade vai funcionar com equipas que já pertencem ao Hospital de S. João e ao CMIN. Atualmente, encontra-se a ser adquirido o equipamento, que representa um investimento inicial de 100 mil euros.
De acordo com Maria João Batista, no primeiro ano de funcionamento, em que abrangerá apenas o Grande Porto, estima-se que se consiga ter entre seis a dez dadoras. "Com isto, será possível fornecer leite a entre 60 e 100 bebés", calcula.
Para tal, o banco de leite terá um custo anual de 25 mil euros. Um valor que Maria João Batista crê ser relativo face aos benefícios que trará para a saúde dos bebés, a médio e longo prazos.
Como funciona
Mulheres saudáveis
A dadora tem que ser uma mulher saudável, com leite suficiente para o seu filho (com menos de quatro meses) e excedente. Não pode consumir álcool, tabaco ou drogas. E será submetida a testes regulares.
Recolha ao domicílio
O leite materno será recolhido em casa pela própria mulher em recipientes fornecidos pelo banco. A dadora será formada para saber as condições adequadas de refrigeração. Uma equipa do banco irá a sua casa recolher o leite.
Fica no "Joãozinho"
O leite materno será armazenado na unidade do "Joãozinho" e depois distribuído pelos hospitais do Grande Porto com maternidade e neonatologia.