Quedas de árvores, bares junto ao mar destruídos e outras ocorrências foram o resultado de uma noite de ventos fortes e muita chuva. Há registos de carros e casas destruídas.
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A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) registou entre as 20 horas de quinta-feira e as 12 horas de sexta-feira 780 ocorrências relacionadas com o mau tempo, 550 das quais desde a madrugada e a maioria associadas a quedas de árvores e de estruturas.
Os distritos mais afetados foram os do Porto e Braga, segundo o adjunto de operações nacional da ANPC Marco Martins.
No distrito de Braga, os bombeiros receberam, durante a última noite, mais de 50 pedidos de ajuda, praticamente todos referentes a quedas de árvores, informoufonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS). A mais grave aconteceu em Palmeira, com nove pessoas a ficarem desalojadas porque a casa em que habitavam ficou sem telhado. São três menores e seis adultos, entre estes um homem de 79 anos, que vão ficar alojados provisoriamente em casa de um familiar.
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Registo, ainda, para mais duas casas que ficaram sem telhado, devido ao vento forte, uma em Mire de Tibães e outra em São Paio de Merelim, à face da EN201. Na Falperra, caíram várias árvores.
No concelho de Guimarães, uma árvore de grande porte caiu e atingiu uma casa e uma viatura, em Sande São Lourenço. O eucalipto, de uma propriedade vizinha, caiu cerca das 5 horas da madrugada.
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O mau tempo obrigou ainda ao cancelamento das aulas marcadas para esta sexta-feira nas piscinas municipais de Guimarães. O pavilhão situado na zona da cidade desportiva ficou com a cobertura de cobre parcialmente removida, o que obrigou a trabalhos de substituição da placa do teto e, por precaução, as aulas de natação foram canceladas.
Os Bombeiros das Taipas foram chamados ao local. De manhã, a Proteção Civil deslocou uma equipa que equipa ao local, que começou a remover a árvore.
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Uma viatura dos bombeiros de Arcos de Valdevez ficou danificada hoje ao ser atingida "pela chapa do telhado de um barracão que voou devido ao vento forte", num de vários incidentes que marcaram a madrugada no concelho.
O vento forte originou várias quedas de árvores no concelho de Montalegre, que provocaram danos em dois carros e em telhados de dois armazéns na zona industrial e numa casa, segundo a Proteção Civil.
Em Viana do Castelo, a queda de um painel cortou a A28, no sentido Sul-Norte. A estrutura caiu cerca das 5.30 horas, numa zona da auto-estrada que fica na freguesia da Meadela. No mesmo concelho, os telhados de 12 jazigos do cemitério de Alvarães foram arrancados pela ventania, danificando cerca de uma dezena de sepulturas.
Destruição em Gaia, da beira-mar ao centro da cidade
A chuva e o vento forte deram muito trabalho aos bombeiros de Vila Nova de Gaia, durante a noite. Árvores caídas, bares e casas parcialmente destruídas e viaturas danificadas.
Vários bares e habitações à beira mar entre Lavadores e Salgueiros, em Vila Nova de Gaia, foram parcialmente destruídos pela força das ondas e do vento durante a madrugada desta sexta-feira, disse fonte dos Bombeiros de Gaia.
Em Lavadores, fortes rajadas de vento atingiram pelo menos 15 apartamentos e dois bares junto à praia. O vento levantou placas de revestimento das fachadas e partiu vidros.
O mau tempo provocou também "inúmeras quedas de árvores", uma das quais de grande porte "destruiu completamente" uma viatura e danificou outra, na Rua de Pina, em Mafamude, adiantou a fonte.
Uma das pessoas afetadas foi Júlia Barros. Cerca das quatro da madrugada, ouviu um barulho, que parecia de uma mota, mas quando foi averiguar percebeu que eram já o início dos trabalhos de remoção da árvore, que danificou o carro. Uma outra viatura ficou destruída.
Em Canelas, a queda de uma estrutura de andaimes cortou a estrada e danificou uma habitação.
A fonte acrescentou que os casos mais graves aconteceram a partir das 4.20 horas, estando a situação esta manhã "bastante mais calma".
Na Invicta, não houve nada de relevante. Entre as 14 ocorrências que mobilizaram os Bombeiros Sapadores do Porto, nenhuma foi considerada grave.
Foram registadas algumas quedas de árvores, normalmente em terrenos privados, e galhos mais frágeis que não resistiram nas árvores.
Segundo os Sapadores do Porto, as ocorrências não causaram qualquer ferido.
Na zona de Matosinhos/Leça da Palmeira, no distrito do Porto, os bombeiros registaram também várias saídas devido a quedas de estruturas, nomeadamente de marquises que se "desfizeram".
A Lusa contactou o Centro Distrital de Operações de Socorro do Porto que disse também ter o registo de muitas quedas de árvores, mas escusou-se a fazer um balanço das situações mais graves ao nível do distrito, remetendo essa informação para Proteção Civil Nacional, em Lisboa.