O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português anunciaram que vão votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) na generalidade.
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"O Governo entregou um Orçamento do Estado que, em larga medida, repete o mesmo diploma apresentado em outubro passado e que, já nessa altura, o Bloco de Esquerda considerou que não estava à altura das necessidades do país", referiu o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, à agência Lusa.
De acordo com o bloquista, "meio ano depois, com o eclodir de uma guerra na Europa e o galopar da inflação, a proposta do Governo mostra-se ainda mais inaceitável por não defender os rendimentos das famílias da perda de poder de compra e do empobrecimento que o aumento do custo de vida está a causar".
"Por isso mesmo, o Bloco de Esquerda vota contra o OE2022 na generalidade, por considerar que não responde aos problemas essenciais que o país enfrenta", justificou.
Fonte do grupo parlamentar comunista também disse à Lusa que o partido vai votar contra o OE2022 na generalidade, a menos de 30 minutos do início da discussão na Assembleia da República da proposta apresentada pelo executivo socialista.
A 13 de abril, a líder parlamentar comunista, Paula Santos, tinha afirmado que a proposta apresentada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, era "mais desajustada" do que aquela que o Governo tinha apresentado há cinco meses e que iria "aprofundar estrangulamentos" à vida dos portugueses.
"A proposta de orçamento é, no fundamental, a proposta que foi rejeitada em outubro de 2021 e continua a recusar o conjunto de soluções pelas quais o PCP se bateu. Uma proposta que já era desajustada há cinco meses e mais desajustada é hoje, tendo em conta a degradação da situação nacional e internacional", sustentou, na altura.
Em outubro de 2021, PSD, PCP BE, CDS-PP, PEV, Chega e IL votaram contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade. Na sequência da rejeição da proposta, o Presidente da República anunciou a dissolução do parlamento e convocou eleições legislativas. Desta vez, a proposta do executivo liderado por António Costa terá a aprovação garantida, uma vez que o PS tem maioria absoluta na Assembleia da República.