A coordenadora do BE apelou, esta quinta-feira, ao PS para que não adira ao processo de revisão constitucional aberto pelo Chega e inicie um outro processo depois do debate do Orçamento do Estado para 2023. Para Catarina Martins, está-se perante "uma manobra" para desviar as atenções dos reais problemas do país.
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"Ninguém põe em causa a importância da revisão ordinária da Constituição, que naturalmente acontece nesta legislatura. Mas, será de todo em todo lamentável que o PS, que tem vindo a afirmar que quer fazer uma espécie de cordão sanitário ao Chega deixe que se faça nesta legislatura uma revisão ordinária a reboque do Chega, num momento em que estamos com um problema de inflação tão grave ara resolver e em que nos devíamos estar a concentrar no Orçamento do Estado", considerou a coordenadora nacional do BE, esta quinta-feira.
Para Catarina Martins, o Governo está a pactuar com "uma manobra que desvia as atenções" do problema essencial, que é travar a perda de salário líquido dos portugueses para níveis apenas comparáveis com os da troika.
"Compreendemos que a direita que não tem nada a dizer sobre a salários queira falar da revisão constitucional e que o Governo, afogado em escândalos, queira correr atrás do Chega, mas este não é um processo sério, não é a forma boa forma de iniciar um processo de revisão", atacou Catarina Martins, em declarações no Parlamento.
A líder bloquista fez, assim, um apelo ao PS: "Pode-se iniciar um outro processo, depois do Orçamento do Estado. Apelo para que o PS não apresente um projeto a reboque do Chega e permita que primeiro se faça o debate do Orçamento".
Mas se o PS não responder positivamente ao apelo e o processo se concretize, Catarina Martins garante que não deixará "a extrema-direita a discutir sozinha" e o BE "não faltará às suas responsabilidades", apresentando uma proposta. "Se houver, cá estaremos!", assegurou.