Com as vendas dos dois medicamentos de investigação própria - destinados à epilepsia e Parkinson - a subirem nos Estados Unidos, a farmacêutica Bial decidiu expandir a área industrial e criar uma terceira linha de produção, passando a abastecer o mercado americano a partir da Trofa, onde a empresa está sediada, deixando de fabricar, através de subcontratação, no Canadá.
Corpo do artigo
A transferência da produção está prevista para meados de 2023, adiantou o presidente executivo da Bial, António Portela, esta sexta-feira, na inauguração da ampliação e da nova fábrica de antibióticos, que foi construída para dar lugar à expansão do edifício industrial e, também, para responder às exigências do mercado, uma vez que é maior do que aquela que existia.
"A partir do próximo ano, vamos começar a poder produzir diretamente e a exportar a partir daqui para os Estados Unidos", avançou o empresário, referindo-se aos medicamentos de investigação produzidos no Canadá para os EUA. "Na fábrica principal, que já existia, tínhamos capacidade para produzir 10,5 milhões de embalagens e ficámos, agora, com uma capacidade de 23 milhões. Nos antibióticos, passamos de 1,5 para três milhões. Portanto, mais do que duplicamos a nossa capacidade", indicou o presidente da Bial.
O investimento global, que se cifra nos 30 milhões de euros, serve "para preparar a empresa para os próximos 10, 15, 20 anos", definiu António Portela, salientando tratar-se do "primeiro grande investimento industrial" feito nas instalações da farmacêutica, que foi fundada há quase um século e está sediada em S. Mamede do Coronado há 26 anos, onde ocupa, agora, uma área superior a 24 hectares.
onda da recuperação
Elogiando o facto de a Bial não ter parado durante a pandemia da covid-19, o primeiro-ministro, que se fez acompanhar, na inauguração, dos ministros da Ciência, Economia e Saúde, vincou que "é preciso não parar", para, "quando passar esta crise", Portugal "estar em condições de apanhar a onda da recuperação".
António Costa afirmou ainda que este "é o país da União Europeia que, este ano, mais cresce em toda a UE", e salientou que "83% das empresas industriais portuguesas que manifestaram a intenção de investir em 2023 mantêm essa intenção ou querem acelerar o investimento".