A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou, esta quinta-feira, a atribuição de compensações financeiras a vítimas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja Católica. Uma comissão de avaliação vai determinar quais os montantes a atribuir.
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A Assembleia Plenária da CEP, reunida desde segunda-feira, determinou de "forma unânime" que haverá compensações financeiras para as vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica, seja elas menores ou adultos vulneráveis. Os pedidos de indemnização deverão ser entregues ao Grupo VITA ou às Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, entre junho e dezembro deste ano.
Em comunicado, a CEP aponta que haverá uma comissão de avaliação que tratará de decidir quais os montantes a atribuir às vítimas. De recordar que algumas vítimas disseram ao JN que não concordavam com uma análise "caso a caso", por não ser possível "medir" o sofrimento de cada pessoa. O mesmo chegou a ser defendido pelo próprio bispo José Ornelas, presidente da CEP.
Os bispos acordaram também que haverá um fundo da CEP para as compensações financeiras às vítimas, "que contará com o contributo solidário de todas as Dioceses", lê-se no comunicado enviado esta quinta-feira ao início da tarde.
O Grupo VITA, criado após as revelações da Comissão Independente sobre os abusos na Igreja Católica em Portugal, revelou ter recebido 19 pedidos de indemnização por parte de vítimas.
"Em comunhão com o sofrimento das vítimas, os bispos portugueses reafirmam o total compromisso de tudo fazer para a sua reparação e manifestam o desejo de que este processo de acolhimento, acompanhamento e prevenção seja um contributo para a atuação da sociedade em geral neste tema", conclui a CEP no mesmo documento.