O sociólogo Boaventura Sousa Santos, que há precisamente um ano defendeu Mariana Mortágua para coordenadora dos bloquistas, vê na deputada "uma excelente líder do BE para uma nova fase, de relançamento do partido", elogiando a "grande visão política" e conhecimento técnico na área financeira da sucessora escolhida pela direção.
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Ao JN, o sociólogo e independente Boaventura Sousa Santos aplaudiu o facto de Mariana Mortágua ser indicada para sucessora de Catarina Martins, quando se prevê a apresentação da sua candidatura em breve, e considerou que, "se for eleita, será bom para o Bloco, para a Esquerda e para a democracia portuguesa".
O anúncio da candidatura de Mariana Mortágua à coordenação do BE não deverá tardar, uma vez que a moção que será levada à convenção nacional de final de maio tem de ser apresentada até ao dia 27 deste mês. Carlos Matias, ex-deputado e um dos principais críticos internos, já garantiu que haverá uma candidatura adversária para além da que for apresentada pela atual direção.
"Independentemente da avaliação que faço sobre o desempenho de Catarina Martins, considero que os líderes devem chegar e partir, não se podem eternizar. O Bloco precisa de uma renovação, não apenas de pessoas mas também de políticas", disse ao JN o sociólogo, que, em fevereiro do ano passado, defendeu a demissão da líder por falhanço nas negociações do Orçamento do Estado e na estratégia de campanha eleitoral. Esta terça-feira de manhã, Catarina Martins anunciou que não se recandidata em maio, abrindo assim o caminho a Mariana Mortágua.
Boaventura Sousa Santos não tem dúvidas de que Mariana Mortágua é a melhor escolha que o Bloco pode fazer, considerando-a "uma líder com grande visão política e saber técnico em áreas fundamentais hoje em dia, como a financeira". A economista é o rosto do partido nas comissões parlamentares de inquérito à banca e nas negociações dos orçamentos do Estado.
"A minha expectativa é boa", reagiu por isso, atento ao percurso deste partido, embora ressalvando que não é militante. Para além da "grande admiração" que tem pela deputada e da "grande qualidade política e técnica" que lhe reconhece, nota que "é conhecida e respeitada no Parlamento, menos pela extrema-direita".