Lisboa e Porto concentram quase 60% da oferta de programas doutorais. Defendido mais financiamento, revisão do valor dos apoios e da proteção social dos bolseiros
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É o calcanhar de Aquiles da Ciência em Portugal: o subfinanciamento. Que se ilustra pela capacidade de apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) aos candidatos a doutoramento. Entre 1998 e 2018 só quatro em cada dez candidatos conseguiram uma bolsa. Sendo que 40% da oferta doutoral está em Lisboa e 18% no Porto. Concentrando-se 90% dos programas em instituições de Ensino Superior públicas.
O retrato "Educação doutoral em Portugal: que futuro?" é feito por um grupo de investigadores do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa a pedido da Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Numa altura em que, de acordo com os registos da Direção-Geral do Ensino Superior, são 667 os doutoramentos em funcionamento, mais de uma dezena dos quais oferta de institutos politécnicos. Sendo que, neste ano, entraram na A3ES 48 novos pedidos para 3.º ciclo de estudos, dois terços dos quais submetidos por politécnicos. Sabendo-se que o ministro Fernando Alexandre quer apertar as regras de acreditação (ler caixa de texto).