O Concurso Bolsas Avançadas de 2017, concurso realizado no âmbito do Programa de Investigação e Inovação da União Europeia, o Horizonte 2020, distinguiu três cientistas portugueses, num lote de 269 vencedores, com bolsas na ordem dos 8,5 milhões de euros.
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O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo Conselho Europeu de Investigação, que premiou 269 cientistas de excelência que realizaram trabalhos de investigação relevantes na última década. O valor total das bolsas atribuídas foi de 653 milhões de euros.
Carlos Moedas, comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, expressou o seu entusiasmo face aos resultados dos investigadores portugueses no concurso, realçando o "trabalho de qualidade" que os cientistas portugueses têm feito, tanto em Portugal, como no estrangeiro. Moedas reforçou ainda, em comunicado, a importância destas bolsas na medida em que estas representam "um grande exemplo de como o financiamento europeu pode ajudar a expandir as fronteiras da ciência e do conhecimento", fornecendo os "recursos necessários para produzir investigação inovadora e de alto risco".
Elvira Fortunato, da Universidade Nova de Lisboa; Rahul Pandharipande, do ETH Zurich, e Caetano Reis e Sousa, do Francis Crick Institute, foram os três portugueses premiados para levar as ideias e concretizações dos seus projetos avante.
Elvira Fortunato vai investir os 3,5 milhões de euros financiados pelo Conselho Europeu de Investigação para a "Multifunctional Digital Materials Platform for Smart Integrated Applications - DIGISMAT", uma plataforma multifuncional de matérias digitais para aplicações inteligentes integradas. Elvira pretende revolucionar não só a maneira como se fabricam os circuitos integrados e componentes de eletrónica, mas também a possibilidade de ter o mesmo dispositivo a desempenhar mais do que uma função, utilizando materiais sustentáveis.
Rahul Pandharipande, matemático, pretende desenvolver trabalhos com módulos, ciclos algébricos e invariáveis num projeto chamado Maci.
O terceiro projeto é o DCPOIESIS e é de Caetano Reis e Sousa, do Francis Crick Institute. O investigador pretende criar uma solução em estado estacionário e orientada para a produção de células dendríticas. O investigador explicou, na sua página de Facebook, que as suas descobertas "renovaram o apreço pela importância das células dendríticas na resposta autoimune contra o cancro", considerando que estes podem ser os primeiros passos rumo a "uma nova imunoterapia para os doentes de cancro".
As Bolsas Avançadas premeiam a investigação de excelência e abrangem todas as áreas da Ciência. Estas bolsas permitem também, a longo prazo, conduzir à criação de emprego para aproximadamente dois mil pós-doutorados, estudantes de doutoramento e outros membros das equipas de investigação dos bolseiros. A candidatura a estas bolsas continua a ser muito alta: 2167 propostas foram a concurso neste última edição, das quais 12% foram selecionadas para financiamento. O Reino Unido (50) e a Alemanha (40) foram os países com mais investigadores premiados.