Há mais hospitais do Serviço Nacional de Saúde a exigir a exclusividade aos seus profissionais de saúde para preservar a capacidade de resposta à emergência da Covid-19, tal como está a fazer o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), desde este domingo.
Corpo do artigo
O Hospital de Braga tomou a mesma medida na segunda-feira e o Pedro Hispano, de Matosinhos, fá-lo a partir desta terça-feira.
Apesar de a ministra da Saúde, na segunda-feira, responder em conferência de imprensa que "o que aconteceu no CHUC foi uma suspensão da aceitação de novas acumulações de funções", a circular deste centro hospitalar dizia que o "Conselho de Administração determina a suspensão temporária, com efeitos imediatos, de todas as autorizações de acumulação de funções, públicas ou privadas, concedidas a todos os profissionais do CHUC". O apelo estende-se aos que acumulam sem autorização.
11928521
Para evitar mal-entendidos, o CHUC veio reafirmar na segunda-feira, noutra circular, que a suspensão é para as autorizações "previamente concedidas" e ainda em espera. Abre agora exceções para atividades vitais, que, apurou o JN, dizem sobretudo respeito à diálise, por esta ser feita em instituições privadas ou do setor social, essencialmente, com acompanhamento de médicos do CHUC que ali acumulam trabalho.
A circulação de profissionais entre instituições é "um dos principais fatores de risco para uma propagação descontrolada do contágio", segundo o CHUC.
11940702
Ainda na segunda-feira, o Hospital de Braga "suspendeu também, por tempo indeterminado, a acumulação de funções dos seus profissionais bem como as comissões gratuitas de serviço, no sentido de garantir a capacidade de resposta na prestação de cuidados de saúde, face à atual pandemia de Covid-19", disse fonte oficial.
Também o Hospital Pedro Hispano tomou medida semelhante, após discutir o assunto na última semana. A partir de hoje, exige a exclusividade a médicos e enfermeiros, e está a recomendar o mesmo procedimento aos profissionais que não precisem da autorização da administração hospitalar.
Segundo dados da Administração Central dos Serviços de Saúde, em dezembro de 2019, havia 4170 médicos e 5491 enfermeiros, com contrato de trabalho em hospitais do setor público ou público-empresarial, a trabalhar também noutras instituições.