Cabedelo afirma-se como uma das mecas do kitesurf

Desenvolvido há um quarto de século por dois irmãos franceses (Bruno e Dominique Legaignoux), o kitesurf conheceu, na última década, uma franca expansão, explica Rui Rodrigues, responsável por uma escola situada em pleno areal, acentuando ter sido por essa altura que o Cabedelo foi descoberto: "Primeiro, por portugueses e, depois, por estrangeiros, que catapultaram o nome da praia e da cidade para os quatro cantos do mundo".

Para o responsável, a nortada que se faz sentir no areal do Cabedelo é condenada pelos banhistas, porém, "mais que apetecida" pelos kitesurfistas, que, acentua, estão a fazer com que a praia vianense (há muito conhecida dos surfistas) rivalize, mesmo, com Tarifa, no Sul de Espanha, na corrida ao pódio dos melhores spots da Península Ibérica.

"Descobri esta praia no ano passado. Vinha para ficar dois dias mas acabei por ficar dois meses", conta Daniel Dietrichsteiner, um austríaco de 20 anos que está de regresso à capital do Alto Minho. "As condições são perfeitas, ideais para a modalidade", resume. Ex-campeã de wind-surf, Karyn Rossy, natural de Biarritz, em França, comunga do comentário e acrescenta que o espaço, "além das condições que oferece, apresenta-se como grande, limpo e bonito, o que começa a ser difícil de encontrar na Europa". Para a praticante, de 44 anos, o Cabedelo beneficia, também, de uma "baixa pressão turística", o que poderá apresentar-se como "uma mais-valia" para a sua afirmação como espaço de eleição.

Professor de windsurf e entusiasta do kitesurf, Daniel Machado evidencia que a primeira daquelas modalidades "caiu muito" com o surgimento da segunda. Motivos: "Além da novidade que constitui, o equipamento de kitesurf é mais barato e mais fácil de transportar que o de windsurf, o que terá contribuído para uma verdadeira explosão da modalidade". Para o monitor, Portugal terá sido, também, dos países onde mais se verificou a troca de uma modalidade pela outra, contribuindo a opção para a "afirmação do Cabedelo".