Há municípios em que está tudo a postos, só faltam as vacinas. Em Gaia, equipas vão a casa buscar pessoas.
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As autarquias estão a disponibilizar pavilhões e outros recursos aos agrupamentos de centros de saúde para iniciarem a vacinação contra a covid-19 em utentes com mais de 80 anos e ao grupo dos maiores de 50 com determinadas doenças associadas. Está tudo a postos para começar, só faltam as vacinas. O que está previsto é que a imunização daquele grupo nos centros de saúde comece na quarta-feira, referiu a tutela. Primeiro nas regiões Norte e de Lisboa e Vale do Tejo. E depois no resto do país. No total vai abranger cerca de 340 mil pessoas com mais de 80 anos.
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No Norte, a Administração Regional de Saúde confirmou que a vacinação arranca esta semana nos centros de saúde e que cada agrupamento está a criar, pelo menos, um ponto de vacinação em instalações próprias ou fora. Em Lisboa e Vale do Tejo, haverá até ao final da semana duas unidades de saúde piloto a vacinar os utentes com mais de 50 anos e doenças associadas. E na próxima semana vão abrir centros de vacinação em colaboração com as autarquias, referiu a ARS de Lisboa e Vale do Tejo.
Em Gondomar, a Câmara disponibilizou o Pavilhão Multiusos, onde ontem se ultimavam pormenores. Naquela estrutura, que já acolhe um centro de testagem à covid-19 no exterior, ficará concentrada toda a vacinação do concelho. Tem oito postos de inoculação com capacidade para imunizar 350 pessoas por dia numa primeira fase, podendo atingir as 500. Os centros de saúde vão afetar dois médicos e dez enfermeiros à vacinação e a Câmara vai disponibilizar dez colaboradores para serviços como a limpeza e logística.
Bombeiros no terreno
Concentrar o processo num pavilhão facilita a gestão dos recursos humanos e permite ultrapassar as limitações de espaço e de acesso de alguns centros de saúde, explicou ao JN o presidente da Câmara de Gondomar.
Marco Martins revelou que o espaço terá circuitos para evitar a aglomeração de utentes, mas também zonas de espera e de recobro. Além dos idosos, o Multiusos vai acolher as pessoas com mais de 50 anos (com insuficiência cardíaca, insuficiência renal, doença coronária e doença pulmonar obstrutiva crónica ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração), bem como os bombeiros de Gondomar.
Em Gaia, a autarquia disponibilizou o Pavilhão das Pedras, próximo dos serviços das Águas, com capacidade até 25 postos de vacinação. E afetou cinco viaturas com motorista (incluindo a do presidente) ao processo de vacinação para o transporte dos enfermeiros dos centros de saúde para a estrutura. Ao JN, o presidente da Câmara de Gaia explicou que os carros serão também usados para as equipas de ação social da Autarquia irem a casa dos idosos que têm dificuldades comprovadas de mobilidade e acompanhá-los até ao centro de vacinação. No caso dos acamados está prevista a deslocação ao domicílio de uma equipa do centro de saúde. Os bombeiros poderão transportar aqueles que, apesar de dificuldades, ainda têm alguma mobilidade, avançou Eduardo Vítor Rodrigues.
Em Coimbra, a Autarquia disponibilizou o pavilhão Mário Mexia, adiantou o autarca Manuel Machado. O também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses assegura que estes exemplos de cooperação, com cedência de estruturas e recursos humanos "vão surgir em vários sítios".
Portugal está em sétimo lugar na vacinação
Mais de 8,2 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas na União Europeia desde o início da vacinação e, segundo o sistema de monitorização online do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), Portugal tem das percentagens mais baixas na administração da primeira dose. A ministra da Saúde diz que a informação está desatualizada e que o país ocupa o sétimo lugar.
Em conferência de Imprensa, Marta Temido revelou que o país já administrou cerca de 340 mil vacinas, o que dá 3,3 por cada 100 pessoas. Na monitorização do ECDC, Portugal administrou a primeira dose a 1,6% da população, sendo apenas superado pelos Países Baixos (1,5%), Letónia (1,1%), Chipre (0,9%) e Eslováquia (0,5%). Para a Dinamarca não é apresentada qualquer percentagem. Entre os países mais avançados, está a Irlanda (11,5%), a Islândia (3,8%) e Malta (3,7%). O sistema tem por base a informação prestada pelos países, que apenas são obrigados a notificar a cada 15 dias.