A "guerra" a duas conhecidas plataformas de entrega de comida ao domicílio começou na capital mas alastrou-se ao resto do país, sendo já várias as autarquias com sistemas alternativos, em que os cidadãos ficam isentos do pagamento de taxas.
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As Câmaras suportam os custos, ora recorrendo a redes de táxis, ora a empresas do concelho, ou usando inclusivamente funcionários municipais.
Matosinhos, Leiria, Viseu e Loures são algumas das autarquias que resolveram ajudar dois setores de uma cajadada só. As autarquias fizeram protocolos com os taxistas do concelho e são eles que entregam ao domicílio as refeições compradas pelos cidadãos nos restaurantes. As câmaras suportam todos os custos inerentes.
No caso de Matosinhos, o serviço é assegurado por 75 viaturas da Cooperativa de Táxis de Matosinhos, envolvendo 210 restaurantes. Até este domingo, foram entregues 3838 refeições pelo "Matosinhos.come", revelou a autarca Luísa Salgueiro.
Em Loures, a iniciativa conta com a Cooptáxis. Mas, ao contrário de Matosinhos onde são entregues refeições nos concelhos limítrofes, naquela autarquia apenas são suportados os custos de entrega para os residentes no concelho.
Também Leiria arrancou com um projeto similar. E Viseu renova uma iniciativa que já permitiu a entrega de 300 refeições. Com o município entre os concelhos de risco elevado, a Câmara prolongou o projeto com a ANTRAL. "Esta é uma forma de estimularmos a atividade económica e estamos também, desta forma, a estimular a atividade do serviço de táxis", justifica o autarca de Viseu, António Almeida Henriques.
Em Santo Tirso, não são os táxis que fazem as entregas. São 25 colaboradores municipais, que asseguram o programa "Para a Mesa", com 37 restaurantes aderentes. plataformas e isenções
O envolvimento das autarquias na entrega de refeições foi impulsionado por denúncias de que plataformas como a UberEats e a Glovo teriam aproveitado o primeiro estado de emergência para aumentar as taxas de entrega. O que motivou uma queixa da Deco e do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
Suportar taxas de entrega
A maior parte das câmaras optou, porém, por suportar os custos com a taxa de entrega de empresas do concelho. Foi o caso de Sines, Viana do Castelo, Faro, Oliveira de Azeméis e Espinho.
Outras criaram plataformas com os restaurantes, lojas e festivais gastronómicos, atribuíram isenções de taxas e até disponibilização de máscaras ou embalagens de take-away.
Máscaras e vales de compras
Mas há também outro tipo de apoios ao comércio local. A Câmara de Vila Real entregou máscaras e mil embalagens de take-away a cada restaurante do concelho, com o intuito de atenuar "as brutais repercussões económicas que a pandemia está a provocar no comércio tradicional e na restauração".
Já a Câmara de Coimbra investiu meio milhão de euros num programa de Natal que prevê a distribuição de vales de compras por cada agregado familiar, que podem oscilar entre os 160 e os 460 euros, consoante a dimensão da família. Os vales só podem ser usados no comércio tradicional e abrangem artigos desde brinquedos, a alimentação, vestuário, eletrodomésticos e equipamentos de proteção individual.