A deputada Carla Castro concorre à liderança da Iniciativa Liberal (IL) com "respeito pelo legado", mas com "vontade de fazer diferente", comprometendo-se a ser "presidente de todos os liberais" com uma "matriz profundamente tolerante e humanista".
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Depois da surpresa conhecida no domingo das eleições antecipadas para a liderança da IL e da decisão de João Cotrim Figueiredo não se recandidatar ao cargo, foi da bancada parlamentar e da atual comissão executiva que saíram os candidatos à sucessão até agora conhecidos: Rui Rocha e Carla Castro.
Em declarações à agência Lusa, Carla Castro, que anunciou na terça-feira a decisão de concorrer, promete "um respeito pelo legado" construído pelo partido nestes anos, mas com "vontade de fazer diferente".
Na análise da dirigente liberal, a sua candidatura não representa uma rutura com a atual liderança de João Cotrim Figueiredo - de cuja comissão executiva faz parte -, mas sim "uma continuidade naquilo que é para continuar que são as ideias liberais" sendo a IL um "partido liberal política, económica e socialmente".
Assegurando que tem uma "matriz liberal profundamente tolerante e humanista", Carla Castro compromete-se com "um programa claro", quer do ponto de vista interno como externo, e apesar de ainda não ter nomes para a sua direção, tem já "claro que tipo de comissão executiva" pretende que será, uma "comissão executiva ágil, boa executante, descentralizadora, independente e desafetada".
Comprometendo-se a ser a "presidente de todos os liberais", a liberal considera que, em relação a Rui Rocha, tem "a oferecer um projeto diferente dentro da continuidade dos princípios liberais e do programa liberal".
"Partilhámos efetivamente a mesma moção de estratégia [na convenção de 2021], mas agora há uma ação de futuro diferente, há outra dinamização e um projeto diferente quer interno quer na forma de atuar externamente", refere, antecipando que durante a campanha haverá uma diferenciação entre as propostas dos candidatos.
A data da realização da convenção marca, para já, uma diferença entre os opositores.
Se Rui Rocha, em declarações à agência Lusa na terça-feira, anunciou que iria propor ao Conselho Nacional que a convenção se realizasse em janeiro, um mês depois do previsto, para que o tempo não seja uma limitação para quem quiser concorrer, Carla Castro afirma que "dezembro está bem".
"Não vejo qualquer necessidade em adiar porque o problema das datas foi o condicionamento e os 15 dias antes. Se houve algum problema foi nessa altura", considera.
A candidata espera uma campanha "boa, construtiva, com respeito e elevação" e, no dia seguinte às eleições seja qual for o resultado, quer todo o partido unido "a continuar a lutar por um Portugal mais liberal".