O arguido Carlos Silvino, do processo Casa Pia, disse, esta sexta-feira, em Tribunal que nunca transportou crianças nem outras pessoas para a casa de Elvas, onde alegadamente terão sido cometidos crimes de pedofilia.
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Carlos Silvino falava no Tribunal Criminal de Lisboa, afirmando que só agora está a dizer a verdade.
Sobre as suas anteriores declarações, que contrariam as de hoje, o arguido disse que lhe foram "instruídas" por inspetores da Polícia Judiciária (PJ) que também lhe forneceram uma lista dos nomes de outros arguidos no processo, para que dissesse que os tinha transportado.
Carlos Silvino disse ter-se deslocado à casa de Elvas três vezes, mas sempre acompanhado por agentes da PJ.
Também Ilídio Marques, que hoje depôs como assistente neste processo, resultante de uma decisão do Tribunal da Relação para que se repetisse esta parte do julgamento, disse hoje que nunca tinha ido à casa de Elvas.
Mostrando-se arrependido das declarações iniciais, Ilídio Marques afirmou ter vindo hoje a tribunal para se "redimir, repôr a verdade" e pedir desculpa às pessoas que prejudicou.
No final da audiência, o advogado de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, considerou que hoje foi o "dia D" para o processo Casa Pia.
"É o início da descoberta da verdade, porque todo este processo foi uma fantasia, uma mentira", disse, acrescentando esperar que, depois de Ilídio Marques, "outros queixosos venham repôr a verdade" em Tribunal.
A audiência prossegue no dia 16, às 9.30 horas, com a continuação da audição de Ilídio Marques e a apresentação das alegações à tarde.