Hospital de Matosinhos permite ao progenitor acompanhar o filho desde o parto até à alta, mesmo em pandemia, e isso atrai mães de fora da região.
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Simão e Carolina vieram ao mundo com um dia de diferença, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Ele nasceu de cesariana, ela de parto natural. Do nascimento até à alta, apesar da pandemia, ambos permaneceram sempre junto ao colo do pai e da mãe. Neste hospital, há já seis anos que o progenitor é bem-vindo 24 horas por dia. A covid-19 não alterou as regras. Aliás, a possibilidade de estar acompanhada ao longo de todo o puerpério foi um dos fatores que levou Marta Costa, a mãe do pequeno Simão, a trocar Aveiro, onde vive, por Matosinhos, na hora do parto.
"A minha irmã, que também é de Estarreja, teve o bebé no Pedro Hispano. Tive muito boas referências por parte dela. Além disso, a presença do pai faz uma diferença enorme. Tem múltiplas vantagens para as mães e para os profissionais", contou Marta Costa, de 34 anos, referindo ainda que o facto de o hospital permitir às mães infetadas ficarem ao lado do bebé, também pesou na decisão.
Num outro quarto, Joana Leal amamenta a pequena Carolina. O pai, Diogo Alves, observa atentamente e já conhece os truques para acordar a bebé caso adormeça durante o processo. "Para mim, era muito importante acompanhar a minha filha desde o momento do nascimento. De noite e dia. Não só por causa dela, mas também para prestar apoio à mãe", disse Diogo Alves que, momentos antes, deu o primeiro banho sozinho à filha.
Do parto ao internamento, o hospital não coloca entraves à presença do pai. Ainda assim, a pandemia obrigou a cuidados redobrados. Além de um teste de despiste à covid-19, o progenitor não pode sair do hospital até à alta da mãe e do bebé. As refeições são fornecidas pela unidade de saúde. Caso a mãe esteja infetada, a presença do pai é permitida apenas no parto e o puerpério é realizado numa ala covid-19. Só no ano passado nasceram no Pedro Hispano 1540 bebés.
"Envolver o pai neste processo é uma mais-valia para o casal, porque o pai acaba por ser o nosso eco a nível de informações que damos à mãe. Por outro lado, ajuda o pai a sentir-se à vontade a lidar com o bebé", referiu Paula Rajão, enfermeira gestora do serviço de obstetrícia.
Ao longo do puerpério, os pais contam com o auxílio dos profissionais de saúde para esclarecer dúvidas. Desde a amamentação ao banho. "Permitem-nos filmar o primeiro banho para que, numa posterior dúvida, possamos andar com o vídeo para trás e perceber onde estamos a falhar. É muito bom", sublinhou Joana Leal.