A ainda coordenadora do BE, Catarina Martins, já está no local da convenção do partido, em Lisboa. À chegada, afirmou ter feito o melhor que soube durante os mais de dez anos em que liderou os bloquistas, evitando responder se irá ser candidata ao Parlamento Europeu no próximo ano. Após as curtas declarações aos jornalistas deu um abraço prolongado a Mariana Mortágua, que lhe sucederá este domingo.
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"Fiz o melhor que pude e soube, às vezes melhor e outras vezes pior", afirmou Catarina Martins, à entrada do pavilhão do Casal Vistoso, quando questionada sobre se sai com o sentimento de dever cumprido.
A coordenadora cessante revelou que o seu discurso de despedida, previsto para as 11.30 horas deste sábado, será "muito tranquilo". "Estou muito feliz porque sei que o BE está muito bem, que vai ficar muito bem. Eu cá continuarei noutra função", referiu.
Quando questionada sobre se admite encabeçar a lista do partido ao Parlamento Europeu nas eleições de junho de 2024, respondeu apenas: "Admito ir credenciar-me para entrar na convenção". Sobre a mais do que previsível eleição de Mariana Mortágua, nada disse: "O meu discurso faço lá dentro para os meus camaradas".
A XIII Convenção do BE coloca frente a frente duas moções que apresentam candidaturas à direção. A moção A, encabeçada por Mariana Mortágua, elegeu 81% dos mais de 500 delegados. A moção E, cujo porta-voz é Pedro Soares, não foi além de 14% dos delegados. Os restantes 5% dizem respeito a várias plataformas de cariz local.
Pedro Soares admitiu que não se candidata para vencer, mas sim para forçar o debate e pedir explicações à direção sobre a sucessão de maus resultados eleitorais. Acusa a direção de não fazer balanços nem tirar ilações das opções que conduziram a esse desfecho, criticando também a posição do partido sobre a guerra da Ucrânia.