
"O Governo está absolutamente isolado a tentar impor uma lei laboral que é muito violenta sobre os trabalhadores", afirmou Catarina Martins
Foto: Estela Silva/Lusa
A candidata presidencial Catarina Martins considerou esta sexta-feira que o Governo PSD/CDS-PP está "absolutamente isolado" na tentativa de impor uma nova lei laboral "muito violenta" e tem que recuar porque "já está derrotado".
Corpo do artigo
"O Governo está absolutamente isolado a tentar impor uma lei laboral que é muito violenta sobre os trabalhadores, num país que já tem uma lei laboral violenta - em Portugal trabalhamos tantas horas por salários tão baixos", lamentou Catarina Martins.
Em declarações à agência Lusa, à margem de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em Lisboa, a eurodeputada e ex-coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que o anteprojeto de reforma da legislação laboral que o executivo liderado por Luís Montenegro propõe já está condenado à partida.
"Eu acho que o que é preciso é que o Governo recue", defendeu.
Catarina Martins criticou ainda alguns dos seus adversários na corrida a Belém, afirmando que tem ouvido outros candidatos presidenciais "a pedir aos sindicatos, aos trabalhadores, que estão a lutar pelos seus direitos, para recuarem".
"É um absurdo. É preciso é dizer que o Governo tem que recuar porque já está derrotado", argumentou.
A candidata presidencial afirmou que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "já disse ao Governo que tal como está esta lei é impossível" e notou que "os trabalhadores sociais-democratas votaram pela greve geral", convocada pelas centrais sindicais CGTP-IN e UGT para 11 de dezembro.
"Eu não percebo como é que um candidato presidencial pode achar boa ideia pressionar uma central sindical para desistir de lutar pelos direitos dos trabalhadores em Portugal. Os trabalhadores em Portugal já têm muito poucos direitos, trabalho precário já é muito comum, os salários já são muito curtos, as pessoas têm muito poucas capacidades de conciliar o trabalho com a sua vida familiar", afirmou.
Na ótica de Catarina Martins, "não é piorando tudo isto que se vai resolver algum problema".
"Eu bem sei que há candidatos presidenciais que acham que a sua função é defender os grandes interesses económicos e talvez o Governo do PSD e CDS-PP. Eu acho que a função de um candidato presidencial, e sobretudo de uma Presidente da República, é defender quem vive o seu trabalho em Portugal", argumentou.
