Catarina Martins, ex-coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), lamentou esta terça-feira, em Bragança, que se continue a fazer “um assalto a esta região”, no que respeita à exploração de barragens e de minas.
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Tema caro ao Bloco, a questão dos impostos por cobrar pela venda de seis barragens no rio Douro num negócio entre a EDP e a empresa francesa Movhera, “é um problema” por resolver.
“O Bloco denunciou, lutou e não desistiremos disso, mas é certo que há no Interior um problema mais geral, nomeadamente em Trás-os-Montes, que produz boa parte da energia que o país consome e esta riqueza que é cá produzida não fica cá. Não só pagam a energia cara como não têm do ponto de vista fiscal nenhuma distribuição. A riqueza vai para outro lado”, acrescentou a ex-coordenadora bloquista, à margem de uma visita ao Estabelecimento Prisional de Bragança.
Catarina Martins disse ainda que o país “não pode ter uma relação extrativista com o Interior”, porque “é a água, é a energia e ainda querem as minas, quando a exploração de lítio a céu aberto é um atentado ambiental”. Perante este cenário, salientou que o BE quer medidas. “Nós queremos que se pague o serviço extraordinário que é feito pela energia, como pela água, como serviço económico porque esse desequilíbrio é um assalto a esta região”, criticou.
Falta de condições nas cadeias
Catrina Martins criticou também o Partido Socialista por “não ter cumprido nada do que prometeu”, no que se refere às cadeias, durante a visita ao Estabelecimento Prisional de Bragança, onde também esteve na campanha eleitoral em 2016, visto que várias obras reivindicadas naquela altura que continuam por fazer. “Há investimentos urgentes e aqui estamos a falar das condições das pessoas que estão detidas e do respeito pelos seus direitos humanos, um problema não só de Bragança, mas de todo o país. Falamos das condições das pessoas que aqui trabalham e tem sido notícia a forma como os guardas prisionais acedem ao subsídio de risco. É verdade em têm razão no seu protesto, porque há uma série de técnicos que trabalham no sistema prisional que são fundamentais até para a reinserção social, mas são muito poucos e não têm as carreiras devidamente respeitadas”, observou a ex-líder bloquista.
Sem integrar qualquer lista de candidatos a deputados, Catarina Martins garantiu que está empenhada na campanha eleitoral do seu partido. “Não sou candidata, mas estou no Bloco com toda a minha convicção, como sempre e nas lutas de sempre. Também chamando a atenção para causas que sempre foram nossas. Causas de investimento, causas de desenvolvimento e tenho estado em distritos do Interior. Com muito gosto tenho feito esse trabalho, porque para nós a ideia é a de um país que se desenvolva, sem deixar ninguém para trás e possa ser mais justo e que as pessoas posam ter projetos de vida e viver no Interior. Isso é fundamental. Isso passa pela qualidade dos serviços públicos e pela política agrícola e florestal, pela mobilidade e pelos transportes”, descreveu.