Catarina Martins quer que se fale de "alterações climáticas" na corrida a Belém

A candidata presidencial Catarina Martins está em Belém do Pará, no Brasil, a acompanhar a COP30
Foto: António Pedro Santos/Lusa
É a estreia de um candidato à Presidência da República no Pavilhão de Portugal na Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP30). Catarina Martins visitou, esta segunda-feira, o stand português em Belém do Pará, no Brasil, para colocar as alterações climáticas na pré-campanha das presidenciais e garantir que não vai "desistir do país". O fim dos subsídios aos combustíveis fósseis também será outra das suas prioridades.
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"Eu acho que na campanha presidencial a questão das alterações climáticas não pode ficar de fora. O papel de uma presidente da República também é dizer que, se fizermos com que os compromissos que já foram assumidos sejam concretos, ainda vamos a tempo e isso é muito importante", adiantou a candidata a Belém apoiada pelo Bloco de Esquerda.
Questionada pelo JN sobre a mais recente sondagem da Pitagórica para o JN, TSF, TVI e CNN, que coloca Luís Marques Mendes como favorito em todos os cenários de segunda volta, Catarina Martins diz que não desiste do país. "Devo dizer que ainda não vi essa sondagem, tenho estado aqui [na COP30]. Acho que as eleições presidenciais estão a andar. Há uma coisa que eu sei, é preciso que haja esperança e que haja projetos concretos para Portugal. Quem não desista do país. E as pessoas sabem que eu estou aqui para esse trabalho, para que não se desista de poder viver melhor e não abandonar ninguém em Portugal".
Virada para a cimeira do clima, a candidata alerta que Portugal está a enfrentar fenómenos climáticos mais extremos e pede uma alteração das prioridades políticas. "É muito importante ter uma agenda para acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e ter um outro tipo de energia, podemos fazer isso. E também é muito importante proteger as populações".
"Ao mesmo tempo que temos todas as condições em Portugal de fazer mais por um compromisso mundial sobre as alterações climáticas, também podemos fazer mais para a segurança das nossas populações. Seguramente temos que repensar a forma da nossa proteção civil para garantirmos que sabemos onde estão as pessoas mais vulneráveis e sabemos acolhê-las quando é preciso", vincou.
A candidata a Belém pediu que os "impostos verdes" sirvam para investir "na segurança dos territórios, em diminuir as emissões, em ter energia mais barata e mais sustentável e renovável", apelando ao fim da "sua hipocrisia" de "financiamento aos combustíveis fósseis".
Catarina Martins, que falava debaixo de um intenso calor que se faz sentir na zona dos pavilhões dos países que participam na cimeira, assumiu que está nesta COP30 com uma dupla função, enquanto membro do Parlamento Europeu a representar a Esquerda e, também, como candidata presidencial.
Sobre o acordo da União Europeia para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa até 90% das emissões até 2040, a candidata fala em demasiadas "exceções" que podem acabar por não "reduzir em nada" as emissões.
