O 29.º congresso do CDS-PP não vai ser em Lamego, como chegou a estar previsto quando esteve marcado para finais de novembro. Os centristas escolheram, anteontem, a cidade de Guimarães para a reunião-magna de 2 e 3 de abril, onde se submetem a votos três candidatos à liderança, por ser a cidade que "melhor serve o partido ao nível financeiro".
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A decisão foi tomada pela Comissão Organizadora do Congresso (COC), quinta-feira à noite. O conclave do CDS-PP, que vai eleger o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos na liderança, vai ter lugar no Pavilhão Multiusos de Guimarães.
Para o secretário-geral do CDS-PP e presidente da COC, Francisco Tavares "a prioridade (na escolha do local da reunião magna centrista) seria acautelar o partido", ou seja, seria escolhido "o local que melhor servisse o CDS-PP a nível financeiro". A escolha acabou por recair em Guimarães em detrimento de Lamego.
Erros de comunicação
Será, assim, no Minho que os centristas vão escolher quem será mais capaz de recuperar o partido, colocando-o rumo a um caminho de regresso ao Parlamento.
O primeiro a assumir essa ambição foi Nuno Melo, que já era candidato à liderança no congresso de 27 e 28 de novembro passado, que acabou suspenso por Francisco Rodrigues dos Santos. O eurodeputado é o candidato mais bem posicionado, uma vez que conta com o apoio dos nomes mais sonantes do CDS-PP. Já se encontra na corrida desde o passado dia 15.
Além de Nuno Melo, também vai avançar o vogal da Comissão Política Nacional Miguel Mattos Chaves, que atribui à má comunicação do partido o afastamento da Assembleia da República.
"A fase que o CDS-PP atravessa resulta de vários erros próprios, sobretudo desde 2011, de entre os quais destaco a falta de clareza, a falta de coerência discursiva entre a teoria política e as propostas, bem como a falta de comunicação de ideias claras que conquistem o nosso eleitorado", considera Miguel Mattos Chaves, que apresenta a sua candidatura na próxima sexta-feira, na sede do CDS-PP.
Nuno Melo e Mattos Chaves têm outro adversário, Trata-se de Correia da Silva, antigo membro da direção de Manuel Monteiro, que já anunciou que vai apresentar uma moção de estratégia global e está disponível para ser candidato à liderança do partido.
As moções de estratégia global têm que ser entregues até quarta-feira, com a subscrição de 300 militantes. As setoriais são apenas apresentadas no congresso, sendo posteriormente discutidas e votadas no primeiro Conselho Nacional.
São mais de mil delegados São 1333 os delegados ao congresso, sendo Lisboa (73), Gaia (57), Porto (50), Famalicão (43) e Braga (40) as concelhias com mais representantes.