O CDS-PP vai apresentar uma moção de censura ao Governo na sequência das consequências dos incêndios, anunciou a presidente do partido, Assunção Cristas.
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O CDS-PP avança com uma moção de censura ao Governo nos próximos dias por considerar que o Estado falhou na proteção, no combate e no auxílio às vítimas dos incêndios de domingo, tal como tinha sucedido em junho em Pedrógão Grande, explicou Assunção Cristas, numa declaração após uma reunião da Comissão Executiva do partido, esta terça-feira.
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Para a líder do CDS-PP, o Governo não esteve à altura das responsabilidades e "não chega aprovar medidas para o médio e longo prazo".
"O primeiro-ministro tem de mostrar que está à altura", disse Assunção Cristas, criticando a "total incapacidade de assumir responsabilidades, pedir desculpa, assumir indemnizações" da parte do Governo.
A presidente centrista revelou que já informou o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre a intenção do CDS-PP de apresentar a moção de censura ao Governo.
"Estamos a dar voz a muitas pessoas que por todo o país se indignam com um primeiro-ministro e um Governo que não estão à altura das suas responsabilidades. A posição do CDS é esta, é muito clara: quem partilhar connosco desta visão, certamente estará do nosso lado", sublinhou a líder do partido.
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As centenas de incêndios que deflagraram, no domingo, no Norte e Centro de Portugal, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram pelo menos 37 mortos e 71 de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Esta não é a primeira vez que o CDS testa a resistência da solução governativa. Já em novembro de 2015, os centristas, junto com os social-democratas, apresentaram uma moção de rejeição ao então novo Governo liderado por António Costa. Aquele que foi o primeiro grande teste à Esquerda acabou por não ter produzido o resultado pretendido, já que foi chumbado pelo PS, BE, PCP e PEV, na votação ocorrida na tarde de 3 de dezembro de 2015.