Cenário de segunda volta com Ventura é "o pior que Portugal pode ter", diz ex-ministro

O candidato presidencial André Ventura
Foto: José Coelho/Lusa
O ex-ministro da Educação do PS João Costa considerou, esta quarta-feira, que qualquer versão de uma segunda volta nas eleições presidenciais que inclua André Ventura será "o pior que Portugal pode ter".
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"Há versões [de uma possível segunda volta] que me preocupam, qualquer que tenha André Ventura como candidato é o pior que Portugal pode ter", disse João Costa.
À entrada para um encontro com a candidata presidencial Catarina Martins, apoiada pelo BE, o ex-ministro socialista rejeitou leituras de um apoio à ex-coordenadora bloquista, recordando que apoia António José Seguro, ex-secretário-geral do PS e candidato apoiado pelos socialistas.
No entanto, o antigo governante disse que tem uma "enorme simpatia" por Catarina Martins e enalteceu os contributos que pode dar para o debate eleitoral. João Costa opinou que "estas presidenciais são estranhas", uma vez que há "imensos candidatos" e "muita divisão", quer à esquerda, quer à direita.
No entanto, num cenário de uma segunda volta, o ex-ministro da Educação defendeu que é necessário que se dispute entre António José Seguro e outro candidato. Nessa circunstância, advogou, o apoio a todas as candidaturas à esquerda deveria convergir para o candidato apoiado pelo PS.
A presença de André Ventura, presidente do Chega, nos boletins de voto de uma segunda volta seria levar a votos "todo o ódio, racismo e xenofobia" que acusa o líder da extrema-direita de disseminar.
Catarina Martins, que tinha deixado momentaneamente o encontro para intervir no Parlamento Europeu, uma vez que é a eurodeputada única do BE, comentou que, apesar das diferenças que tinha com João Costa sobre a pasta da Educação, os dois sempre convergiram "na inclusão".
Apontando o dedo a André Ventura e ao Chega, a ex-coordenadora bloquista criticou a leitura de nomes de crianças na Assembleia da República, repudiando a decisão de o fazer por causa da origem das famílias, ainda que estes alunos tenham o direito a frequentar o ensino português e na sua maioria sejam cidadãos nacionais.
