A Caixa Geral de Depósitos (CGD) perdoou uma dívida ao deputado do PS Carlos Pereira, que foi relator de uma comissão de inquérito ao banco público. O socialista rejeita qualquer favorecimento e promete dar mais esclarecimentos esta sexta-feira.
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"Nunca existiu qualquer incompatibilidade no exercício pleno da minha atividade como deputado, ou qualquer tratamento de favor para comigo por parte da Caixa Geral de Depósitos", afirma Carlos Pereira numa declaração escrita enviada à agência Lusa, esta quinta-feira à noite, prometendo mais esclarecimentos para "o princípio da manhã" desta sexta-feira.
Em causa está o perdão de uma dívida ao deputado do PS, de 66 mil euros no pagamento de um crédito a uma empresa no qual era avalista.
O coordenador dos deputados do PS na comissão de inquérito à TAP, que já estava a ser alvo de críticas da oposição por ter participado na reunião secreta de janeiro com o Governo e a CEO da TAP, na véspera de Christine Ourmières-Widener ser ouvida em audição, anunciou esta quinta-feira que vai deixar não só a coordenação no inquérito, mas também a própria comissão.
Na declaração escrita enviada à agência Lusa, Carlos Pereira justifica a decisão com a necessidade de "proteger os resultados a apurar na Comissão de Inquérito e salvaguardar os superiores interesses do Partido Socialista".
Alega ainda que as notícias "que se têm repetido nas últimas semanas apenas contribuem para adensar um clima de suspeição injustificado".
"Entendi solicitar ao presidente do Grupo Parlamentar do PS que me desobrigasse da coordenação dos deputados do Partido Socialista na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão Política da TAP, bem como, da minha presença na referida Comissão", escreve.