O novo presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros/ano.
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O ministro das Finanças, Mário Centeno, foi ouvido, esta terça-feira, na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, a requerimento do PSD para responder a questões sobre a CGD e a execução orçamental relativa a 2016.
Em resposta a uma questão do deputado social-democrata Duarte Pacheco sobre quais os salários auferidos pelo novo Conselho de Administração do banco público, Mário Centeno disse que o presidente do Conselho de Administração vai ganhar 423 mil euros anuais, que os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano e que os vogais não executivos vão ganhar 49 mil euros anuais.
O governante explicou que "a política remuneratória dos administradores da Caixa corresponde à mediana no setor em Portugal", uma métrica que, segundo disse, não influencia o mercado "nem no sentido de o inflacionar nem no de estes salários estarem fora do mercado".
Mário Centeno garantiu ainda que "a aplicação da regra anterior na determinação da remuneração destes mesmos membros significa que o custo total de remunerações seria superior", comparando com o que é agora seguido.
Apesar da remuneração fixa prevista para António Domingues ser idêntica à que recebeu do BPI ao longo de 2015, a verdade é que no final das contas o novo CEO da CGD até poderá ficar a perder face ao enquadramento contratual que tinha no BPI.
No ano passado, e além dos 423 mil euros de remuneração fixa, Domingues recebeu ainda 112 mil euros de remuneração variável - relativa ao ano de 2013 - e outros seis mil euros à conta de diuturnidades. Ou seja, mais de 540 mil euros.
Contudo, e já em comparação com o seu antecessor, José de Matos, o salário fixo do novo CEO da CGD implica um aumento superior a 80% na folha de vencimentos, já que o ex-CEO do banco público auferia 16,5 mil euros mensais - 232 mil euros no total dos 14 vencimentos do ano.
Ulrich e Vieira Monteiro lideram
Segundo as contas feitas pelo Dinheiro Vivo, olhando para os relatórios e contas de 2015 das principais instituições bancárias presentes em Portugal, conclui-se que o novo salário do CEO da CGD ficará aquém dos recebidos pelo presidente do Santander Totta e do BPI.
Ao longo de 2015, Fernando Ulrich recebeu 462 mil euros de remuneração fixa, a que se somaram 122,7 mil euros de variável e mais 7,6 mil euros em diuturnidades. Quanto a Vieira Monteiro, CEO do Santander, recebeu 568 mil euros de remuneração anual fixa, além de 225 mil euros em variáveis.
Já no BCP, a remuneração fixa de Nuno Amado foi de 385,16 mil euros anuais em 2015, sendo que o banco não pagou quaisquer importâncias a título de remuneração variável. Estes valores estão em linha com o que foi pago a Stock da Cunha, que liderou o banco intervencionado Novo Banco ao longo do ano passado, tendo recebido 384 mil euros anuais.
A comissão executiva da CGD, cujos membros tomaram posse no dia 31 de agosto para o mandato de 2016 a 2019, é liderada por António Domingues, que ficou responsável, entre outras áreas, pela direção de auditoria interna.