Chega acusa Governo de ser "inamovível" perante novas propostas e reforça voto contra no OE
O líder e deputado do Chega, André Ventura, manifestou a sua preocupação em relação à abertura do Executivo liderado por António Costa para ouvir novas propostas de alteração ao Orçamento do Estado, acusando o Governo de ser "inamovível" quanto a aceitar novas sugestões de alteração, fenómeno visível da Esquerda à Direita, referiu.
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"O Chega vê com preocupação que o Governo não esteja de todo aberto a qualquer tipo de propostas e de alterações ao documento", disse André Ventura, à saída da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, esta segunda-feira.
André Ventura reforçou o voto contra no Orçamento do Estado para 2022 e acusou o Governo de não ser recetivo a novas propostas. O "documento já era mau porque era uma réplica do OE que foi chumbado", entretanto o mundo mudou muito, disse Ventura, aludindo à guerra na Ucrânia e ao "surto inflacionista" inesperado.
Chega quer saber dados sobre espionagem
O presidente do Chega exigiu ainda conhecer "as suspeitas reais e os factos reais" apurados pelos serviços de informações portugueses sobre espionagem russa em Portugal.
André Ventura disse recear "que o Governo de Vladimir Putin, através de associações financiadas algumas delas com o dinheiro público, possa estar a atuar de forma impune, de forma livre em Portugal", e lançou um repto ao PS.
"Que o PS permita que os grupos parlamentares ouçam os dirigentes dos serviços secretos em Portugal, mesmo que seja à porta fechada, para sabermos como está a ser feito o acompanhamento e a monitorização destas situações, quando é que este acompanhamento começou e quais são as suspeitas reais e os factos reais que há de participação de espionagem russa em Portugal, e se o Governo foi conivente ou não com essa espionagem russa", desafiou.
Referindo que o assunto "não foi objeto direto da conversa com o presidente da República", Ventura abordou, de forma geral, as "suspeitas de uma outra potência estar a usar espionagem em Portugal para realizar atividades", e centrou-se na defesa de audições em comissão parlamentar de dirigentes dos serviços secretos.