O Ministério da Saúde criou uma comissão executiva para rever a organização das urgências das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto com o objetivo de melhorar o acesso, a qualidade e a eficiência da resposta aos doentes. O grupo, liderado por António Marques, anestesiologista do Centro Hospitalar e Universitário do Porto, terá que apresentar um relatório nos próximos cincos meses, com sugestões de concentração de recursos em determinados hospitais.
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O despacho foi assinado por Marta Temido no passado dia 25, quatro dias antes de se demitir, e ontem publicado em Diário da República. Segundo o diploma, a reorganização das urgências metropolitanas de Lisboa e do Porto está prevista no Plano de Recuperação e Resiliência e para implementá-la, é necessário estudar e propor "o modelo tecnicamente adequado à prestação de cuidados urgentes/emergentes", de acordo com as melhores práticas internacionais.
À comissão executiva caberá "identificar os locais de atendimento em serviço de urgência que melhor sirvam as duas áreas metropolitanas, definindo as regras de articulação e de partilha de recursos técnicos e humanos entre os vários hospitais, com o objetivo de garantir a concentração da resposta em determinadas especialidades médicas e cirúrgicas".
Direção do SNS desenha
Após apresentar o relatório, a comissão manterá funções por mais três meses para acompanhar as medidas que vierem a ser estipuladas. Segundo o despacho, será a nova direção executiva do SNS, em articulação com estruturas regionais, a elaborar os documentos com as novas urgências metropolitanas para aprovação da tutela.
O modelo de urgência metropolitana pretende dar resposta à carência de médicos naqueles serviços. No Grande Porto há urgências metropolitanas de Oftalmologia, Urologia, Pediatria, Psiquiatria e Otorrinolaringologia a funcionar nos centros hospitalares (CH) do Porto, S. João, Gaia/ Espinho, entre outros. No sul, os CH Lisboa Norte e Central também têm várias especialidades concentradas.