Confusão no aeroporto de Málaga com 800 passageiros da Ryanair com destino ao Porto
A polícia foi chamada ao aeroporto de Málaga, ao início da manhã deste domingo, para acalmar os ânimos de muitos dos 800 passageiros que ficaram retidos naquele aeroporto espanhol durante a noite, devido ao mau tempo em Portugal.
Corpo do artigo
Cerca de 800 pessoas passaram a noite no aeroporto de Málaga, em Espanha, sem informações durante cinco a seis horas. Ao amanhecer, receberam uma garrafa de água e uma sandes. Os passageiros viajavam em seis voos da Ryanair com destino ao Porto, sábado à noite, desviados para o país vizinho devido à passagem da tempestade tropical Leslie pelo continente português.
"Se nós sabíamos que havia uma tempestade no Porto, a Ryanair também de via saber, por isso era melhor termos ficado no aeroporto de origem. Assim, acabaram por pôr em risco a nossa segurança", desabafou um dos passageiros, que não quis identificar-se. "O nosso voo devia ter aterrado no Porto às 23.30 horas. Divergiu para Faro, que estava cheio, e acabámos por chegar a Málaga às 2.20 horas. Estivemos até às 7.30 da manhã sem qualquer informação", acrescentou.
"Foi caótico. As pessoas dormiram no chão ou sentadas em bancos" disse o mesmo passageiro, que viajava de Varsóvia para o Porto.
"É uma situação inadmissível", disse ao JN uma outra passageira, que saiu de Marselha para o Porto, no sábado, já com uma hora de atraso e acabou por embarcar na mesma odisseia, que a levou até Málaga, onde aterrou por volta da meia-noite. "Não nos foi facultada nenhuma previsão de hora de partida, não nos foi facultado hotel e ficámos numa área reservada sem acesso à zona de refeições", acrescentou Maria Faria.
"Estivemos cinco ou seis horas sem informações", disse. "Como não sabíamos se o avião ia levantar voo nem nos indicaram um hotel, ficamos a noite toda no aeroporto", acrescentou. "Apenas me foi fornecida água e uma sandes", acrescentou Maria Faria
De manhã, quando o balcão da Ryanair abriu, começou a confusão. "Parecia um motim", disse Maria. "Havia pessoas a gritar Porto, algumas tentaram impedir outros voos da Ryanair de partir. Uma confusão", acrescentou. A polícia foi chamada para serenar os ânimos. "Não foram agressivos, mas impuseram a autoridade", completou o outro passageiro que falou ao JN.
Maria viajava com uma amiga grávida e, esta manhã, conseguiu lugar num dos dois voos diretos para o Porto que a Ryanair efetuou. Foi dada prioridade a pessoas grávidas, com filhos pequenos e idosos. Um casal, que estava acompanhado de um filho mais ruidoso nos protestos, terá sido impedido de embarcar, contaram aqueles passageiros.
Ao final do dia, a Ryanair confirmou ao JN que "um pequeno número de voos foi desviado para Málaga" e afirmou que foram fornecidos vouchers de refeição e alojamento.
"Organizaram-se autocarros para transportar estes clientes para o Porto, no entanto não havia autocarros suficientes e os passageiros foram alertados para guardar quaisquer recibos para reembolso", pode ler-se na resposta da empresa irlandesa, onde se revela que foram realizados voos adicionais, este domingo, para "transportar os clientes em falta".