Construção de barragem do Pisão e da dessalinização do Algarve avançam no próximo ano
A construção da barragem do Pisão, no Crato, da dessalinizadora do Algarve, em Albufeira, e da captação de água do Pomarão no rio Guadiana vão avançar no próximo ano. São as primeiras obras do plano de investimento Água que Une, que prevê um investimento de cinco mil milhões de euros até 2030.
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Além das obras já referidas, a proposta de Orçamento do Estado para 2026 explica que as prioridades de investimento serão na reabilitação das redes de abastecimento para reduzir as perdas de água e no planeamento das barragens de Fagilde, Alportel e Foupana.
"Nas regiões, continuarão a ser executados investimentos para garantir a segurança de abastecimento à população e aos setores de atividade. Ao nível da monitorização, serão realizados investimentos na modernização do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos. Ao abrigo do Programa PRO-RIOS 2030, serão reabilitadas linhas de água, em linha com a necessidade de promover o restauro ecológico e a valorização ambiental dos territórios ribeirinhos, atuando na prevenção de cheias e inundações e criando melhores condições para o usufruto por parte das populações", pode ler-se no relatório da proposta de Orçamento do Estado, entregue esta quinta-feira na Assembleia da República.
O financiamento das áreas do Ambiente e da Energia contará com o Fundo Ambiental, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Programa Sustentável 2030 como principais instrumentos. O Governo consagra 202 milhões de euros ao reforço da eficiência hídrica no combate às perdas de água e para reduzir a produção de lixo indiferenciado. Aliás, o Executivo da AD garante que o Plano de Ação Terra - Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais "será o referencial para atuar perante o risco de esgotar a capacidade disponível em aterro, bem como para o reforço da capacidade de tratamento, através da otimização, ampliação e partilha de infraestruturas". A vontade do Ministério do Ambiente passa pela cooperação entre municípios, de forma a que os aterros com mais capacidade de armazenamento possam receber lixo de outras regiões.
Balcão único para licenciar projetos das renováveis
Há, também, 600 milhões de euros para promover a transição energética com a aposta nas energias renováveis e mais 433 milhões para potenciar a produção de energias renováveis com o aproveitamento dos recurso endógenos do país e para reduzir a pobreza energética. O Governo avançará com a implementação do balcão único de licenciamento de projetos e criará um sistema de monitorização das energias renováveis.
No combate à pobreza energética, serão operacionalizados os programas Bairros Mais Sustentáveis e E_Lar. Os apoios à aquisição de botijas de gás engarrafado para as famílias vulneráveis vai manter-se, mas o ministério adianta que os procedimentos de atribuição serão simplificados.
Depois do apagão de 28 de setembro, o Governo assegura que está "focado" na melhoria da robustez do sistema energético. Os investimentos prioritários serão na modernização e no reforço das redes, "garantindo que serviços críticos, como o black start, estão operacionais e contribuem para a resiliência do Sistema Elétrico Nacional (SEN)".
Mais funcionários para combate aos ilícitos ambientais
O Ministério do Ambiente vai contratar mais trabalhadores para combater os ilícitos ambientais. Compromete-se, então, a aumentar os meios à "Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, visando melhorar a sua capacidade de ação no combate aos ilícitos ambientais em termos de recursos humanos, meios logísticos e capacidade tecnológica", lê-se, ainda, no documento. Também promete iniciar as negociações para a valorização da carreira dos vigilantes da natureza e aumentar o efetivo.
Quanto à proteção do litoral, "estão previstas intervenções por toda a faixa litoral, onde se destacam, entre outros projetos, a reabilitação e reforço da estrutura longitudinal aderente e dos esporões na praia do Furadouro (Ovar), a migração sedimentar para a praia do Vau (Portimão), a alimentação artificial de praia a sul da Figueira da Foz (Cova-Gala - Costa de Lavos), a alimentação artificial do troço Quarteira-Garrão (Loulé), a estabilização das arribas das praias da Samouqueira e ainda projetos de restauro de pradarias marinhas".
Na área dos transportes, o programa Incentiva +TP é para continuar e tem uma dotação de 439,2 milhões.