Projeto inédito é uma alternativa às terapias em sítios fechados e facilita acesso à saúde mental com preços mais baixos.
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Ter uma consulta de psicologia ou psiquiatria num museu, na praia ou num jardim já é uma realidade em Lisboa e Cascais, que vai chegar a outras cidades do Norte do país este ano. A ideia do projeto, criado em 2019, nasceu da constatação de um grupo de pessoas de áreas distintas de que ainda há quem sinta muito estigma ao deslocar-se a um serviço de saúde mental e de que é necessário tornar os valores das consultas mais acessíveis. Até final de outubro, realizaram-se 4226 consultas a mais de 378 pacientes fora de um gabinete.
É num banco do jardim do Parque Marechal Carmona, em Cascais, com vista para a praia, que Sarah Barreto, 31 anos, tem consultas de psicologia há alguns meses. Já tinha sido acompanhada no privado e gostou, mas viu outras vantagens nas consultas ao ar livre. “Às vezes, num consultório, a relação entre terapeuta e paciente fica mais formal e hierarquizada. Num contexto mais informal, a caminhar pelo parque, foi mais fácil abrir-me e falar de coisas privadas e difíceis. Senti que caminhava com uma amiga”, conta.