Falta deduzir pagamentos ao Estado, diz Apogen. Farmacêuticas pedem revisão urgente dos preços.
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A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen) lamenta que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, não tenha incluído nas contas que fez sobre o aumento da despesa com medicamentos a receita que o Estado arrecada, todos os anos, com a contribuição extraordinária sobre a Indústria Farmacêutica e com os reembolsos pagos no âmbito dos acordos de sustentabilidade para o SNS celebrados com a Apifarma.
Manuel Pizarro afirmou, segunda-feira, que a despesa com medicamentos está a aumentar 10% a cada ano, "o que não é sustentável". O ministro da Saúde, que vai iniciar negociações com a indústria em novembro, já traçou uma linha vermelha: a despesa com medicamentos não pode crescer acima do PIB em cada ano.
"Aos 10% é preciso descontar todos estes pagamentos que a indústria faz ao Estado", reagiu, ao JN, Maria do Carmo Neves, presidente da direção da Apogen.
O ministro da Saúde mostrou-se disponível para rever os preços muito baixos de medicamentos que estejam em risco de descontinuidade, mas também quer baixar os preços elevados, num equilíbrio que não prejudique o utente.
Respostas urgentes
Ao JN, a Apifarma reiterou estar disponível para o diálogo e alertou que a "escalada da inflação", que tem agravado os custos de produção, "exige respostas urgentes para evitar que alguns produtos sejam descontinuados e haja risco de desabastecimento". A associação que representa as farmacêuticas já tem alertado o Governo e entidades da saúde para "a urgência da atualização do preço dos medicamentos"