O controlo dos paióis vai ser alterado, na sequência de decisões do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, que vão obrigar à criação de um sistema de informações conjunto sobre os materiais guardados naqueles espaços militares, isto na sequência das falhas na gestão do paiol de Tancos.
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Até agora, têm sido os ramos, a Marinha, o Exército e a Força Aérea, a manterem um sistema de informação próprio sobre o material de guerra guardado em paiol. No entanto, com o furto em Tancos foi verificado que ninguém exatamente sabia que material estava armazenado, o que conduziu a falhas de comunicação públicas e internas, envolvendo o ministro e chefias militares, uma das questões mais criticadas pelo Parlamento.
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Por outro lado, a própria informação chegada inicialmente à PJ e à PJ Militar não seria a mais precisa, em relação à qualidade do material, se seria ou não obsoleto. Neste sentido, a Secretaria-Geral do Ministério da Defesa ficou com o encargo, em conjunto com os ramos, de elaborar um sistema informático, no prazo de 180 dias, onde a informação de existências em paiol vai ser inserida, mas numa arquitetura partilhada.
Exército, Marinha e Força Aérea perdem assim o exclusivo desta informação, mas falta definir que organismo ficará com o encargo do "controlo efetivo de material militar sensível", como o Ministério da Defesa Nacional (MDN) destacou esta terça-feira em comunicado. O Estado-Maior-General das Forças Armadas poderá ser a solução, mas as atuais competências circunscrevem-se a matérias de natureza operacional e a Secretaria-Geral do MDN não parece vocacionada para este encargo.
Questão essencial será definir também os patamares de acesso a essa informação, mas há um paiol, o gerido pela Marinha em Marco do Grilo, que é uma infraestrutura NATO, gerida por regras próprias da Aliança Atlântica, bem mais rigorosas, em matéria de segurança passiva e ativa, do que as que, por exemplo, vigoravam em Tancos.