O secretário-geral do PS defendeu, esta quinta-feira, que a única forma de garantir a sustentabilidade da Segurança Social é criar mais empregos, reanimando a economia com o aumento do poder de compra das famílias e com mais investimento.
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António Costa falava no jantar/comício comemorativo do 1.º de Maio do PS, em Odivelas, num discurso em que criticou o Governo por apenas eliminar a sobretaxa de IRS e devolver a totalidade dos cortes salariais aos trabalhadores do setor público em 2019, no final da próxima legislatura.
"É possível um novo modelo de desenvolvimento que não assente na redução dos custos de trabalho, mas que aposte antes na inovação e que reponha no centro das políticas públicas a educação, a formação profissional e a ciência. Essa é a alternativa do PS", advogou o líder socialista, antes de defender a urgência da adoção de medidas para "relançar" a economia portuguesa.
António Costa referiu-se então a uma das medidas mais controversas do cenário macroeconómico socialista, que prevê uma redução progressiva e temporária da taxa social única (TSU) em quatro pontos percentuais, quer para trabalhadores, quer para empregadores.
"Sei que esta medida preocupa muitas pessoas e essas têm boas razões para isso, mas a única forma de tornar sustentável a Segurança Social é criando mais empregos", sustentou, alegando que nos últimos anos, com "a destruição" de postos de trabalho e com a emigração, o sistema terá perdido cerca de oito mil milhões de euros.
Segundo Costa, se nada for feito a curto e médio prazo, "todos os anos se perderão fundos para a Segurança Social".
"A única forma de travar a sangria da Segurança Social é apostar na criação de emprego e para apostarmos na criação de emprego é preciso reanimar a procura interna. Por sua vez, para reanimar a procura interna é preciso desafogar as famílias, aumentando-lhes o rendimento disponível", defendeu o líder socialista.
Na sua intervenção, o líder socialista referiu-se igualmente a outra das principais componentes do cenário macroeconómico socialista, a legislação laboral, dizendo que o PS se propõe travar "uma batalha pela dignidade nas relações de trabalho" e um "combate à chaga da precariedade".
"A precarização das relações de trabalho é hoje dramática para a segurança e para a confiança dos trabalhadores", afirmou, fazendo a defesa da medida socialista que propõe a limitação da celebração de contratos a prazo.
Neste contexto, António Costa defendeu também a medida do PS que propõe a concessão de um crédito fiscal para os trabalhadores abaixo do limiar da pobreza - grupo que estimou representar cerca de dez por cento do mercado de trabalho.