O primeiro-ministro, António Costa, foi, este sábado, confrontado com uma manifestação de professores descontentes, no Peso da Régua, onde decorriam as comemorações do 10 de Junho, mas admitiu que "os protestos fazem parte da liberdade e da democracia".
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Alice, uma professora de Braga com 60 anos, que dá aulas em Barcelos, e que se vai "reformar no sexto escalão", manteve um aceso diálogo com António Costa, rodeado por outros professores que empunhavam cartazes de protesto e exigiam respeito ao Governo pela classe docente. "Não vou ter dinheiro para pagar um lar de idosos", continuava Alice.
Por várias vezes, Costa tentou explicar que foi ele que "descongelou a carreira" dos professores, sendo sempre interrompido, o que o irritou - senhora, posso falar eu, também quero respeito -, mas acrescentando que o protesto é "injusto".
"Os senhores estão a protestar contra o Governo que pôs fim ao congelamento da carreira, uma carreira que há muito tempo nunca teve tantos anos sucessivos de descongelamento e com a garantia de que não volta a congelar", sublinhou o primeiro-ministro.
Costa pede calma à mulher e diz que cartazes são "racistas"
"Posso, posso falar eu?". António Costa insistia, perante as constantes interrupções. Até que arrancou, continuando a cumprimentar as pessoas que o aguardavam, mas sempre com os professores a rodeá-lo em protesto, seguindo-o até ao restaurante onde iria almoçar.
A mulher de Costa, Fernanda Tadeu, mostrou-se bastante irritada com a forma como o protesto decorria, em que sobressaíam cartazes com Costa com lápis espetados nos olhos e nariz de porco. Fernanda trocou palavras com os manifestantes, Costa recomendou-lhe calma, mas depois não se conteve e deixou escapar a palavra "racistas".