Depois da reunião com Luís Montenegro esta sexta-feira em São Bento, o primeiro-ministro realçou a importância de haver um acordo sobre a solução para o novo aeroporto de Lisboa e afirmou que a crescente pressão provocada pelo aumento do tráfego aéreo "torna cada vez mais crítico não se poder adiar decisões" sobre o tema do aeroporto.
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Relativamente "às grandes infraestruturas, às grandes obras públicas, é muito importante que haja um grande consenso nacional. Porque são obras, primeiro, que duram para séculos ou pelo menos para décadas, segundo lugar, que dificilmente começam e acabam numa legislatura", disse António Costa numa declaração aos jornalistas no final da reunião, insistindo: o país não pode estar "sempre a mudar de posição".
António Costa descreveu a conversa de cerca de quatro horas com Montenegro como agradável, em que ambos trocaram informações sobre o aeroporto - não estiveram a negociar, fez questão de salientar -, e revelou que será agendado um novo encontro para aprofundar o assunto.
Nas declarações à comunicação social nos jardins de São Bento, António Costa prometeu que, quanto à futura solução aeroportuária para a região de Lisboa, haverá "muito em breve" uma nova conversa entre ambos.
"Foi uma conversa bastante agradável, a primeira de várias", sintetizou o primeiro-ministro, dizendo que foi passada "uma vista geral" sobre as perspetivas do país e as prioridades em matéria europeia, de defesa ou política externa.
Inicialmente, não estavam previstas declarações aos jornalistas, mas pouco depois de terminado o longo encontro com Luís Montenegro, foi transmitido que o primeiro-ministro falaria à comunicação social. "Foi uma reunião longa, onde pudemos abordar temas muitos diversos", começou por dizer o chefe do Governo.
António Costa acrescentou que, "como é dever do Governo", foram transmitidas ao principal partido da oposição "informações tão pormenorizadas quanto possível" em áreas muito diversas, e que vão desde a política externa e de defesa à segurança interna, passando pelas "questões financeiras que se colocam ao país".
Definir métodos de trabalho
Por outro lado, o primeiro-ministro transmitiu que foram estabelecidas na reunião "metodologias de trabalho" e "novos pontos de contacto" sobretudo em áreas de soberania, onde "é fundamental o contacto regular", como a política externa e de defesa.
"E, naturalmente, referir temas que estão para decisão, como seja a questão do aeroporto, sobre a qual voltaremos a falar dentro em breve", afirmou.
"Mas foi, sobretudo, uma possibilidade, de forma serena, termos uma vista geral sobre a situação do país, as perspetivas do país, as questões que se colocam à União Europeia e em sede internacional. Foi uma conversa bastante agradável e será certamente a primeira de várias conversas", resumiu António Costa.
Estabilidade até 2026
Referindo-se à maioria absoluta que o PS conseguiu nas últimas eleições, Costa afirmou que a "escolha foi feita recentemente, de forma clara", garantindo que haverá estabilidade política durante "vários anos". Em outubro de 2026 os portugueses serão chamados de novo às urnas e escolheram se querem continuar com "este caminho", acrescentou António Costa.
O primeiro-ministro e o presidente do PSD estiveram reunidos a sós, em São Bento, durante quase quatro horas, no primeiro encontro entre ambos.
Luís Montenegro chegou à residência oficial do primeiro-ministro pelas 10 horas e saiu já depois das 13.40 horas e, no final da reunião, o líder social-democrata não prestou declarações aos jornalistas.