O líder do PSD, Luís Montenegro, acusou o Governo de António Costa de estar "a ganhar dinheiro com o aumento dos preços". O social-democrata discursou, este domingo, na Festa do Chão da Lagoa, na Madeira, num discurso em que também falou para dentro. Montenegro pediu união, apelou à capacidade "de fazer" e estabeleceu as metas para o futuro do PSD: voltar a ganhar as regionais de 2023, reconquistar todas as autarquias da Madeira nas autárquicas em 2025 e ser o próximo primeiro-ministro de Portugal em 2026. "Conto convosco", disse, exortando os milhares de apoiantes presentes.
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O líder do PSD acusou o Executivo de, numa altura em que o Governo aumenta as suas receitas por via fiscal, estar a ficar com o dinheiro das pessoas. "É imoral, quando as pessoas não têm dinheiro para pagar aquilo que é básico, que o Governo esteja a meter o dinheiro das pessoas no bolso e nos cofres do Estado", atirou.
As críticas de Montenegro a António Costa têm sido constantes e não abrandaram depois dos dois líderes se terem encontrado, na passada sexta-feira, em São Bento.
Segundo Luís Montenegro, "em Portugal como um todo, nunca se pagaram tantos impostos como agora, nunca. Impostos máximos e serviços mínimos", disse. A alimentação está mais cara, os combustíveis estão mais caros, e o Governo não tem sabido "estar ao lado daqueles que não têm dinheiro para pagar as contas no final do mês", defendeu.
"Piores serviços públicos"
Dirigindo-se à multidão presente, Montenegro acusou os últimos governos socialistas de serem culpados pela situação do país: depois de "sete anos com António Guterres e António Costa" veio o "pântano"; depois de "sete anos com José Sócrates e António Costa", a bancarrota; "e agora, sete anos de António Costa, o homem está em todas, é um totalista", brincou. Mas não só, para Luís Montenegro o líder do partido socialista é "responsável" pelo estado do país.
Pintando um retrato do país "mal e cada vez mais pobre" - porque "o socialismo traz pobreza, o socialismo traz dificuldades" -, Montenegro considerou que Portugal tem "os piores serviços públicos desde que há democracia"
Mandar o PS para a oposição
Num discurso também virado para dentro, Luís Montenegro apelou à união do partido, como fez nas eleições internas que o puseram ao leme da máquina social-democrata. E pediu que se repetisse o feito para o eleger próximo primeiro-ministro de Portugal. "Eu preciso do vosso apoio, eu preciso do vosso estímulo, para ser o próximo primeiro-ministro de Portugal".
De olhos postos no futuro, "a olhar para a frente", o social-democrata afirmou que os "portugueses precisam de ter uma resposta das políticas públicas, [que] é preciso que nós saiamos daqui hoje, do Chão da Lagoa, com força para vencer as eleições regionais do próximo ano. E vamos vencê-las".
Mantendo o tom confiante, Montenegro estabeleceu ainda como metas vencer as eleições autárquicas de 2025 na Madeira e pintar o "mapa da Madeira outra vez todo cor de laranja" e depois "ganhar o Governo de Portugal" para "dar aos socialistas aquilo que eles estão a merecer, que é uma grande temporada de oposição". "Eles, aliás, são muito bons a fazer oposição ao país, o lugar deles é mesmo na oposição", acrescentou.
"Vamos juntar-nos, vamos unir-nos, vamos construir com paciência, mas também com muita convicção, um governo laranja para Portugal. Vamos dar a Portugal aquilo que a Madeira já tem", disse, numa intervenção a que assistiu também o líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento e o líder da JSD, Alexandre Poço.
Em fim-de-semana de regressos, com a festa do Chão da Lagoa a quebrar o interregno de dois anos provocado pela pandemia, houve também anúncios: o regresso da Festa do Pontal, no próximo dia 14 de agosto, e o da Universidade de Verão do PSD.
Apelo aos quadros do PSD
Tomando Miguel Albuquerque como exemplo, líder do Governo regional e presidente do Conselho do PSD, Montenegro apelou à necessidade dos quadros do PSD procurarem a união e a "capacidade de fazer".
Rejeitando "lições dos socialistas", o social-democrata comprometeu-se a estar ao lado das pessoas e "daqueles que têm mais dificuldades", apelando à capacidade de todos para "levar bem-estar à vida de todos nós".
"Ele é o exemplo daquilo que nós queremos, da capacidade de fazer", disse, referindo-se a Miguel Albuquerque.