O cabeça de lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu, João Cotrim de Figueiredo, defendeu, este sábado, que Portugal precisa de imigrantes para que a economia cresça.
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"Precisamos de imigrantes para que cresça a nossa economia", salientou o candidato a eurodeputado durante um jantar em Quarteira, no concelho de Loulé, distrito de Faro.
O cabeça de lista da IL comentava a intenção do Governo, hoje anunciada, de apresentar na segunda-feira medidas para a situação das migrações e regularizar cerca de 400 mil processos pendentes.
Num discurso de 15 minutos, depois de ter marcado presença na Festa dos Petiscos dos Pescadores na mesma localidade algarvia, Cotrim de Figueiredo explicou que a IL não defende necessariamente mais regras.
"Defendemos, sobretudo, que as regras que já existem sejam devidamente aplicadas, a começar pela verificação da existência de meios de subsistência para quem entra em Portugal coisa que, evidentemente, não está a ser aplicada", sublinhou.
O dirigente liberal alegou que as regras não estão a ser cumpridas porque a Eurostat, que é "uma fonte insuspeita", adianta que em quatro anos foram impedidas de entrar em Portugal 25 pessoas por esse motivo.
E questionou: "Isto é sinal que está a ser cumprido? Não, não é".
Na sua opinião, não se pode deixar que se eternize "esta sensação de descontrolo e de falta de aplicação de regras que já existem e que só conduzem a duas coisas, a um tratamento indigno de quem cá está e a criação de um problema social e político que só pode vir a prejudicar aqueles que possam vir a querer no futuro estar em Portugal".
O ministro da Presidência referiu-se, em entrevista publicada hoje pelo DN, ao problema das migrações como uma das "heranças mais pesadas" que o executivo recebeu desde que tomou posse em abril.
António Leitão Amaro apontou "opções erradas de leis e de regras de entrada e de regularização em Portugal, mas também pelo colapso das instituições, resultado das escolhas e do processo de extinção do SEF - na forma como foi implementado e no desinvestimento nas pessoas e nos equipamentos", anunciando que o Governo vai tomar medidas em Conselho de Ministros na segunda-feira.
IL acusa Bugalho de ser "pouco assertivo" e Temido de ser "fonte de banalidades"
O cabeça de lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu acusou Sebastião Bugalho, da AD, de ser "pouco assertivo e de se ficar pelas meias-tintas" e Marta Temido, do PS, de ser "uma fonte de banalidades".
Durante um discurso de 15 minutos em Quarteira, no concelho de Loulé, distrito de Faro, João Cotrim de Figueiredo apontou a mira aos adversários, nomeadamente à AD, PS e Chega, como tem feito nos últimos dias.
Quanto à AD e à escolha de Sebastião Bugalho, o cabeça de lista da IL considerou que o presidente social-democrata, Luís Montenegro, "preferiu apostar na popularidade e na aparente juventude em vez da substância do conhecimento de matérias europeias".
"Portanto, ficamos com um candidato que é, contrariamente àquilo que era enquanto comentador, tímido e pouco assertivo", sustentou.
E acrescentou: "Também se fica pelas meias-tintas, vimos isso em temas tão importantes como a liberdade de expressão".
Continuando na senda das críticas, Cotrim de Figueiredo assumiu que não esperava que um candidato apoiado pelo PSD dissesse em relação à liberdade de expressão que é muito difícil balancear o valor da liberdade de expressão com outros direitos.
"Se Sebastião Bugalho se deixou capturar pela máquina do PSD e está a fazer estas propostas tímidas e de meias-tintas como é que será? Não se deixará capturar pela máquina do PPE [Partido Popular Europeu] ou pela máquina do Parlamento Europeu?", indagou.
Num apelo direto ao voto, o candidato a eurodeputado dirigiu-se diretamente aos eleitores que apelidou de "desiludidos de março" por terem votado AD para darem uma oportunidade à IL.
Segundo o candidato às europeias, o PSD "não tem suficiente ímpeto reformista" porque quando pega nos assuntos "não vai suficientemente longe, não vai à estrutura dos problemas e fica-se pelas meias-tintas".
Além da AD, Cotrim de Figueiredo também disparou na direção de Marta Temido, que acusou de "não conseguir dizer duas frases seguidas com nexo sobre a Europa e de ser uma fonte de banalidades".
"E sabem isso na campanha dela e, por isso, obrigaram-na a fugir dos debates todos para não falar, para não passar vergonhas", frisou.
Dirigindo-se igualmente aos eleitores tradicionalmente socialistas, questionou: "Não está na hora de votar na IL?".
Tânger-Corrêa também foi incluído neste rol de críticas com Cotrim de Figueiredo a considerar que quem votou no Chega nas últimas eleições legislativas de março deve estar arrependido porque "muitos já perceberam que grosseria não é sinónimo de força e que teorias da conspiração não são sinónimo de soluções e conhecimentos técnicos para resolver os problemas".
"Deixem lá o protesto e venham para o lado das soluções, isto é uma coisa séria", pediu.
Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 9 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.