Por 40 euros por mês, qualquer pessoa pode estar no cowork de Vila Real 24 horas por dia e ter acesso a Internet, salas de reuniões e outros serviços.
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Rosa Monteiro está sozinha numa das duas salas de coworking do Régua Douro Park em Vila Real. À frente um computador ligado à Internet, um telemóvel e um caderno. É quanto lhe basta para trabalhar em tradução e preparar as aulas de Inglês que dá como formadora. Noutra sala ao lado estão dois homens. Um é Nuno Santos, engenheiro mecânico. Além dos equipamentos de que a "vizinha" também dispõe, tem alguns livros e pastas.
Não há por ali separação de géneros. Calhou, tão-só, que no dia da reportagem, ao despertar na manhã laboral, só ali estivessem aqueles três, assim distribuídos porque fiéis aos lugares que lhes calharam. Noutras horas, noutras jornadas, de acordo com o presidente do Régia, Nuno Augusto, "60 a 70 pessoas, alternadamente, utilizam estes espaços" dedicados a quem precisa de trabalhar à distância. "A utilização por funcionários públicos é residual", sublinha.
Rosa Monteiro vive em Vila Real. Até à abertura do espaço de coworking no Régia Douro Park trabalhava em casa. O teletrabalho já fazia parte da sua vida, mesmo antes da pandemia o ter imposto a muitas pessoas. A decisão de se mudar não foi difícil. Coincidiu com uma mudança profissional e "o recomeço requeria um novo local de trabalho".
O que encontrou é "ideal" para o seu perfil, porque "não é dispendioso - paga 40 euros por mês -, inclui Internet, sala de reuniões, entre outros serviços. Pode estar lá 24 horas por dia e permite ver pessoas e trocar duas palavras durante a pausa para o cafezinho".
Para passar o tempo sozinha já bastaram anos de teletrabalho, "com fronteiras muito difusas entre o que é laboral e o que é do lar". Pior: "psicologicamente torna-se cansativo, pois divago e distraio-me mais".
Não foi por estar em casa que Nuno Santos decidiu reservar um lugar no Régia Douro Park. Trabalha numa empresa do ramo automóvel de Vila Real, mas para realizar projetos, exercer funções de desenvolvimento de produto e na área da qualidade e preparar ações de formação na área da Engenharia Mecânica precisa de estar num ambiente "mais sossegado". "Às vezes vou à empresa, porque está perto, mas senti a necessidade de ter um espaço destes, mais profissional do que estar em casa, pois ajuda a fazer a distinção entre o que é vida pessoal e vida laboral", explica.
O presidente do Régia Douro Park refere que "nos últimos tempos tem havido bastante procura" pelo espaço de coworking, nomeadamente por parte de trabalhadores independentes e ou de empresas que não estão presentes em Vila Real, mas precisam de um espaço". A maior parte dos utilizadores são de Vila Real ou da região. No entanto, alguns estão de passagem, como os "dois funcionários do Banco Central Europeu que estiveram um mês".