Maioria são técnicos superiores em teletrabalho ou mobilidade. Governo criou rede de espaços de "coworking" que envolve 89 municípios.
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Quase duas centenas e meia de trabalhadores públicos já pediram para exercer as suas funções em vários locais do país, fora dos grandes centros urbanos, no âmbito do programa de incentivos ao teletrabalho no Interior para a Administração Pública. Os espaços de teletrabalho e "coworking" que estão a ser criados de norte a sul do país facilitam a instalação, mas não se destinam apenas a trabalhadores da Função Pública.
Fonte do gabinete do anterior Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública disse ao JN que, "até ao momento, manifestaram preferência, para diversos locais e em diversas modalidades (teletrabalho ou mobilidade), 248 trabalhadores públicos". Destes, "143 são técnicos superiores, 76 são assistentes técnicos, 23 são assistentes operacionais, cinco são coordenadores técnicos e um é encarregado operacional".
Apoio de 4,77 euros/dia
No que respeita às funções que desempenham, a mesma fonte adianta que "um trabalhador em teletrabalho desempenha as mesmas funções que exercia em regime presencial". Se estiver "em mobilidade desempenha as funções correspondentes ao seu conteúdo funcional no serviço de destino".
Os trabalhadores com vínculo de emprego público das carreiras gerais que integrem este programa recebem uma compensação pecuniária de 4,77 euros por dia. Este incentivo é devido enquanto perdurem as condições de trabalho que determinaram a sua atribuição e, no máximo, durante três anos.
Os funcionários públicos deslocados podem trabalhar em Espaços de Teletrabalho e "Coworking" no Interior, cuja rede nacional já conta com adesão de 89 municípios. Destes, 21 situam-se na Região Norte, 35 estão no Centro, 19 no Alentejo e 14 no Algarve. Outros já manifestaram interesse em aderir à rede, estando as intenções a ser estudadas em conjunto com as respetivas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
Fonte oficial do Ministério da Coesão Territorial disse ao JN que dos 89 espaços protocolados "já estão a funcionar 65". Estão a disponibilizar 730 lugares, dos quais "estão ocupados 171", quer por trabalhadores do setor público quer do privado. Quase metade dos lugares (347) são destinados a funcionários públicos.
Centrais e equipados
As câmaras municipais dos 89 municípios comprometeram-se a disponibilizar espaços devidamente equipados com computadores, impressoras e acesso à Internet e divididos em áreas de diferentes tipologias. Incluem zonas privadas para videochamadas, áreas para reuniões e locais para a realização de apresentações ou ações de formação. Os contratos celebrados com o Governo preveem que os espaços se situem em locais centrais das cidades, vilas e aldeias, que estejam próximos de serviços e espaços culturais ou destinados à prática de desporto. As autarquias são responsáveis pela divulgação de toda a informação útil para eventuais beneficiários.
NOVOS ESPAÇOS
Castanheira de Pera
A Câmara lançou, em janeiro, um concurso com preço-base de 490 mil euros para transformar uma antiga escola primária num espaço de "coworking". Deve começar a funcionar até ao fim do ano.
Sabugal
O Município anunciou que pretende criar este ano espaços de "coworking" em todas as freguesias. Projeto será executado em duas fases, num investimento global estimado na ordem dos 300 mil euros.
Montemor-o-Velho
A Autarquia está a reabilitar o edifício da antiga GNR, num investimento de meio milhão de euros. O objetivo é alojar um espaço de "coworking" que sirva para incentivar o início de uma empresa ou de um negócio.