CP: comboios com escadas não são problema para pessoas com limitações de mobilidade

Tal como o JN noticiou na terça-feira, a CP reconhece que os 117 novos comboios que tem em concurso público possuem escadas. Contudo, a empresa não acha que essa característica implique uma limitação para as pessoas com mobilidade reduzida, nomeadamente as que se deslocam em cadeiras de rodas. A Associação Portuguesa de Deficientes, por outro lado, considera que "o caderno de encargos contempla soluções que dificultam a mobilidade dos cidadãos" e decidiu, por isso, questionar o Ministério das Infraestruturas.

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"A informação de que os 117 novos comboios não possuem acesso para pessoas com mobilidade reduzida é incorreta. Na verdade, todos os novos comboios foram especificados para garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida, proporcionando assim conforto e facilidade de uso a todos os passageiros", esclarece a CP. A empresa sublinha que os acessos para pessoas com mobilidade reduzida são um requisito para a homologação dos equipamentos.

Relativamente aos degraus que estas novas composições vão ter, a CP informa que isso "resulta das diferentes alturas das diversas plataformas ferroviárias das estações", como já tinha sido explicado pelo JN. "No entanto," no entender da CP, "isso não constitui um obstáculo para a implementação de soluções adequadas às necessidades das pessoas com mobilidade reduzida."

O Intercidades está a ser modernizado

A CP faz saber que, desde 2021, tem em marcha um projeto de colocação de plataformas elevatórias nas automotoras. De acordo com a empresa, 28 dos 55 equipamentos deste tipo que se encontram ao serviço já têm esta adaptação. No que toca ao Intercidades, a CP vem dizer que tem em curso um "processo de modernização das carruagens para o serviço" que "incorpora elementos de acessibilidade essenciais para pessoas com mobilidade reduzida." A empresa refere que este processo prevê plataformas elevatórias e casas de banho adaptadas.

O esclarecimento da CP é omisso relativamente à largura das portas do Intercidades que, segundo utilizadores de cadeira de rodas elétrica, não permite a passagem destes equipamentos, mesmo que exista plataforma elevatória. Na listagem de estações adaptadas para o Serviço Integrado de Mobilidade, disponível na página da CP, é claro que no Intercidades só podem entrar cadeiras de rodas manuais se forem articuladas. Nesse documento fica também a saber-se que das 140 estações da rede Intercidades, só 30 estão abrangidas pelo SIM, o serviço que permite às pessoas com mobilidade reduzida terem auxílio para o embarque e o desembarque, mediante requisição prévia.