Com aumento das taxas Euribor em julho, a tendência vai continuar. Salários reais subiram apenas 3,5% desde 2019.
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As prestações mensais da casa não param de subir - uma tendência que vai agravar-se em agosto para dois milhões de famílias que contraíram créditos à habitação em Portugal. Em dois anos, os pagamentos das famílias aos bancos dispararam 80%, enquanto que os salários brutos reais apenas cresceram 3,5% desde 2019.
Como as taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE) voltaram a subir 25 pontos base, atingindo os 4,25%, o valor mais alto desde o verão de 2008, a subida da Euribor, que se encontra em 4%, também está iminente. Este aumento poderá refletir-se na prestação dos créditos à habitação em agosto.
Segundo os cálculos da Deco Proteste, no caso de um empréstimo de 200 mil euros a 30 anos, com Euribor a 12 meses e um spread de 1%, o aumento da prestação ultrapassará os 366 euros face ao montante pago há um ano e 506 euros se recuarmos até agosto de 2021. Olhando para um contrato com as mesmas condições, mas com Euribor a seis meses, pagará mais 395 euros do que há um ano. Desde 2021, a prestação aumentou 81,4%. Para as famílias com créditos nas condições referidas e Euribor a 12 meses, o acréscimo é de 84,5%.